O deputado Sileno Guedes (PSB) disse, nesta terça (2), que o Governo Raquel Lyra “está mais para uma imobiliária do que para um Poder Executivo”. A avaliação foi motivada pelo empenho da gestão estadual em gastar milhões para desapropriar imóveis sem ter projetos para dar destinação aos locais. A declaração ocorreu em um dia marcado por protestos envolvendo o terreno do Colégio Americano Batista, no Recife, abandonado pelo Governo de Pernambuco há quase três anos.
Sileno lembrou que o local foi desapropriado por R$ 80 milhões em fevereiro de 2023, no segundo mês da atual gestão, sob a promessa de se transformar em um centro educacional. Até o momento, porém, não houve lançamento de projeto ou licitação relativa ao imóvel. O deputado citou também o terreno do novo Hospital Getúlio Vargas, desapropriado quase um ano depois de a governadora ter anunciado a implantação da unidade. Mesmo assim, também não há notícia do projeto de construção.
“E a gente assistiu agora, esta semana, que foi anunciada a desapropriação do centro dos Correios, na Abdias de Carvalho, para construir não se sabe o quê. O terreno foi desapropriado por R$ 99 milhões e não se sabe o que vai acontecer com o centro de logística dos Correios, que emprega mais de 300 pessoas e faz uma distribuição importante para o nosso estado. A desapropriação está vindo antes de os projetos serem concebidos. A gente fica perplexo com a falta de planejamento das coisas. O Governo do Estado está mais para uma imobiliária do que para um Poder Executivo”, criticou.
O parlamentar também lamentou que, no caso do Americano Batista, o Governo do Estado não esteja conseguindo dialogar com os movimentos sociais que ocupam o imóvel desde o início de agosto. Sileno lembrou que, nas gestões anteriores, havia estruturas específicas para manter interlocução com essas representações e clamou por uma solução para o impasse, que envolve a luta por moradia e a denúncia das condições degradantes do prédio, há quase três anos sob poder da gestão estadual. “Existiam canais de diálogo. Hoje há uma ausência de vontade política para resolver as questões”, complementou.
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