quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

João Campos diz que alinhamento nacional entre PSB e PT passa por Pernambuco e São Paulo

 



Em entrevista à Folha de Pernambuco, ontem, o prefeito do Recife João Campos (PSB) fez um balanço dos primeiros doze meses de gestão à frente da Cidade. O socialista comentou sobre os principais investimentos para o primeiro ano e quais devem ser as prioridades para o ano de 2022. Sobre política, Campos afirmou que qualquer entendimento depende do entendimento e harmonia com o PSB de Pernambuco e São Paulo, além de dar detalhes das articulações com Alckmin e o PT. Ao comentar o cenário local, o chefe do Executivo teceu elogios a Geraldo Julio e disse que irá respeitar a decisão que ele tomar sobre as eleições de 2022 e garantiu não ter resistência a nenhum pré-candidato do seu partido.



Confira os principais trechos:

 

É difícil pra o senhor ser flexível nas costuras para as eleições de 2022 no contexto em que o senhor teve um enfrentamento muito duro na última eleição com o PT e o senhor fez um aceno ao PDT de Ciro Gomes. É difícil fazer esse meio de campo?

O que a gente está deixando muito claro é que, entre as candidaturas colocadas, inclusive, eu defendi algumas vezes, publicamente, que achava que o PSB poderia ser um protagonismo de apresentar um conjunto de ideias. Ou seja, de pegar o programa de Eduardo de 2014 e atualizar para o contexto atual. Que você pudesse ter um conjunto de forças que apresentasse isso. Com o afunilamento da discussão, você vai ver: cada vez que a eleição vai ficando mais perto, uma decisão tem que ser tomada.  Os partidos vão ter que ter um nível de pragmatismo pra decidir sobre isso e para não colocar em risco a eleição. Então, é como eu disse: concessões terão que ser feitas. Você vai ter que abrir mão de alguma coisa. E o momento de decisão vai ser no final do primeiro trimestre do próximo ano. Os partidos vão se reunir, vão fazer seus congressos e vão começar a traçar diretrizes claras. Então, acho que isso está bem equacionado. 

Não seria um incômodo para o senhor fazer concessão para o PT? 
Não é fazer uma concessão para alguém específico...

Eu falo da questão do PT porque é um partido que o senhor teve um embate muito forte e o senhor, inclusive, disse que não ia ter ninguém do PT no seu governo.
E nem tem (alguém do PT na PCR). Então, o que acontece. Nós disputamos as últimas três eleições no Recife contra o PT. A gente tem duas escolhas na vida. Ou você fica olhando para trás e remoendo o passado ou você olha para um cenário que está na nossa cara. O Brasil não aguenta. A gente está falando de 12% de inflação, de uma recessão técnica, de mais de quinze milhões de brasileiros desempregados, de cem milhões de brasileiros com insegurança alimentar. Então, isso é muito maior do que qualquer diferença que eu posso ter. Então, é natural que que a gente possa olhar pra frente e ver qual o caminho para derrotar Bolsonaro. Isso é preciso. Essa é uma composição específica. Não é a transição de um governo democrático para outro não. Estamos falando de alguém com viés autoritário que está disputando a eleição. Não vejo nenhuma dificuldade nisso. Se eu fosse escolher um projeto ideal seria o projeto do PSB nesse programa atualizado. Se isso não é possível, o partido vai discutir e vai decidir na hora certa quem são os candidatos 

Qual o peso da candidatura de Márcio França em São Paulo? O PSB pode abrir mão disso?
O presidente Carlos Siqueira foi muito claro e colocou que não há nenhuma possibilidade de federação ou construção se São Paulo e Pernambuco não estiverem bem equacionados. Isso ficou muito claro. É sempre bom reunião (com Lula em São Paulo) para você dialogar. Há sempre uma certa ansiedade, mas o processo político é remoído. Tem muito procedimento e diálogo para ele acontecer. Mas ficou muito claro que o processo de entendimento e harmonia entre os partidos passa pelo PSB de Pernambuco e São Paulo.

Então, o PSB não cogita essa alternativa de Humberto Costa para o Governo do Estado colocada pelo PT. 
O PSB já reuniu o Congresso Estadual, instância máxima do partido. E o congresso deliberou que terá candidato a governador do Estado. 

 Blog da Folha

Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco


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