Bate Papo Dida de Nan
Nascido em 7 de março de 1961 criado na Zona Rural de Santa
Cruz do Capibaribe, um dos 8 filhos do casal José Henrique Ramos sobrinho e
Maria do Socorro Queiróz Ramos, ligado à política e cultura do município,
apaixonado por futebol, estrada, vaquejada e forró, José Raimundo Ramos, ou
simplesmente Dida de Nan, foi o convidado do “Bate-Papo Direto ao Ponto”, dessa
quarta-feira (28).
O apelido foi dado pelo pai, que desde cedo começou a chamar
o filho mais velho de Dida. Logo, todos seguiram. O sítio ‘Carreira de Pedra’
tem o rastro de Dida. Lugar onde estudou, brincou e cuidou também dos irmãos.
Tem fama de ‘mandão’ entre os irmãos.
“Minha infância foi de muita alegria, mas
também de muito trabalho. Quem foi criado na zona rural sabe que é diferente e
o pai pegava no pé mesmo para trabalhar. Mas dava pra conciliar com as
brincadeiras, jogar bola desde pequeno com amigos que vamos levar para o resto
da vida”, conta.
Mãe/professora e os meios de transporte para a escola
Maria do Socorro Queiróz Ramos foi sua professora até a
quarta série. Assim como a Dida, ensinou a todos os outros filhos durante esse
período de colégio. “Com um tempo ela se aposentou e eu dei aula um tempo de
primeira a quarta série, substituindo”, relembra.
Com o tempo, para complemento do ensino médio, apenas no
distrito de Poço Fundo. O meio de transporte era um só. E não tinha motor, nem
rodas.... “Era puxado. Trabalhava o dia inteiro e a noite ia para escola de
cavalo. Eu levava uma irmã e meus irmãos iam em outro cavalo”, conta afirmando
que uma das irmãs, não gostava muito dos estudos, mas seguindo a severidade da
mãe não faltava.
O destino reservou para a irmã que pouco gostava de estudar,
um futuro acadêmico e se tornar diretora de escola pública. Cristiane, irmã de
Dida é diretora da escola Professora Maria José, no distrito de Poço fundo.
Tempos depois, o senhor José Henrique Ramos foi responsável
por levar os jovens estudantes dos sítios próximos ao colégio do distrito
vizinho, num Fiat 147, como lembra Dida.
Carreira Música
Forrozeiro desde muito cedo, tem na sanfona um carinho
imenso. É fã do cantor Jorge de Altinho de quem guarda na mente um momento
marcante. juntamente com Dedé
Sanfoneiro, já falecido, lembra do ultimo são João realizado na gestão de
Ernando Silvestre, onde teve a oportunidade de abrir o Show para o ídolo.
Como tudo começou – “Tem um amigo Germano que morava em
Tabocas e quando mudou para o sítio trouxe uma sanfona 80 baixos preta muito
bonita e eu acompanhava ele no triângulo e zabumba e comecei a ensaiar cantando
mesmo. Depois ele parou e eu dei continuidade”, diz.
A banda e as aventuras - A primeira banda tinha seu irmão
Bideca e os amigos Ricardo e Paulinho. Este último tocava Zabumba e Dida conta
um sufoco que o mesmo passou em certo forró no sítio. Em meio a uma confusão, o
zabumbeiro tentou correr e travou o instrumento na janela, imaginando que fosse
alguém lhe segurando.
“Forró vez em quando tem uma confusão e o Paulinho tentou
sair, mas com a zabumba nas costas não passou na janela e ele ficou gritando
‘me solta, me solta’, mas não tinha ninguém apenas a passagem que era
estreita”, diz aos risos.
Dia Inesquecível – Momento marcante de sua carreira como
forrozeiro, encontra-se nos festejos juninos de 1999. Quando, ao lado do seu
amigo já falecido, sanfoneiro Dedé, fez a abertura do Show de Jorge de Altinho
e foi confundido com o fã. “Nós íamos tocar no circo do forró, mas a primeira
banda no palco principal teve um problema em Taquaritinga do Norte e teve que
ser alterado”, diz e prossegue. “E Dedé tocava no tom do CD e o cantor que se
virasse. Ele fez uma sequência de introdução de Jorge de Altinho que parecia
demais com apropria banda do cantor e quando eu comecei a cantar pensaram que
era mesmo Jorge no palco. Tenho uma fotografia desse dia, tirada por Robério
Sousa (já falecido) deste dia. Foi inesquecível”, conta.
Dida de Nan tem três CD’s gravados e hoje conta com o
próprio Studio em casa, que lhe serve para ensaios.
Na sulanca e na estrada
Como grande parte da população da Capital das Confecções,
Dida também foi sulanqueiro. Vendeu confecções nas famosas Rua Nova e Cabo
Otávio, quando a feira ainda era no Centro da Cidade.
Nas estradas, foi trabalhar por influencia de familiares que
fazem viagens constantes, em carretas, para o interior paulista. Principalmente
São Bernardo do Campo.
“Paulo de Vigário, meu primo, tinha caminhão e já viajava.
Pedi ao meu pai e fui. Depois Pedro e João de Vigário também muito me ajudaram.
Até Bibiu de Vigário que me vendeu um caminhão para pagar aos poucos, coisa de
pai mesmo. São tempos que tenho saudade, sempre achei muito bonito um caminhão
na estrada”, fala.
Namoradas e namoradas...
Com um perfil de forrozeiro, caminhoneiro e dentro de
vaquejada, Dida conta que sua juventude foi marcada por namoricos. Com um
coração muito grande, como conta, chegou a ter quatro namoradas de forma
simultânea.
“Naquele tempo, namorava muito mesmo. Só não podia ‘mexer’
com as meninas que tinha que casar. E casava mesmo como aconteceu com meu
irmão, Bideca. Lembro que até a data do meu casamento, tenho uma prima em Poço
Fundo que ela anotava, eu consegui namorar com 112 meninas”, conta.
“Eu viajava e tinha uma namorada em Jataúba, uma em São
Paulo, outra no sítio (atual esposa) e mais uma em João Pessoa. Mas eu gostava
de todo mundo, o coração era imenso”, diz aos risos.
Atualmente ele é casado e tem dois filhos.
Vida na política
Primeiro os jingles... - Antes de encarar as urnas, Dida de
Nan já era conhecido no meio político, por compor músicas para diversos
candidatos. João Januário, Augustinho Rufino, Zilda Moraes, além do padre
Zuzinha, foram alguns dos que tiveram musicas compostas por ele.
“Os adversário do padre chamavam ele de fuscão preto e a
música de Almir Rogério estava em alta e fiz uma resposta que fez muito sucesso
e deu certo”, lembra. “No tempo com os comícios que sempre deu muita gente, e
cantava mesmo no palaque. Além disso, têm outras músicas que foram compostas
por mim, mas cantada por outras pessoas”.
Depois o desafio - Entrada na política de fato...
Em meio ao ano de 1996, trabalhando nas estradas entre
Pernambuco e São Paulo, Dida chega em sua terra, no Distrito de Poço Fundo, e
se depara com cartazes em alguns postes, com o escrito “Dida 96”. Foi a porta
de entrada para a disputa a primeira eleição para vereador.
1996 – Foi eleito vereador, pela primeira vez com 846 votos.
No pleito Ernando Silvestre foi eleito prefeito contra padre Bianchi.
2000 – Recebeu 854 votos mas e não foi eleito por causa do
consciente eleitoral. Teve que ver vereadores com 750 e 650 votos com a vaga na
Câmara municipal. Para prefeito José Augusto vencia Ernando Silvestre e chagava
ao Palácio Brás de Lira.
2004 – A tentativa como vice de Dr.Nanau fracassou. Teve que
ver José Augusto ser reeleito.
2008 – Nova derrota como vice, agora de Edson Vieira. Desta
vez Toinho do Pará foi eleito para gerir o município.
2012 - Eleito para o segundo mandato na Casa José Vieira de
Araújo com 1.845 voto
Jogo rápido
Padre Zuzinha – Uma santidade
Augustinho Rufino – Merece todo respeito
Ernando Silvestre – Um amigão
Zé Augusto – Teve seu trabalho, mas se tempo passou
Afrânio Marques – Professor. Presidente que tá fazendo um
bom trabalho
Carlinhos da Cohab – Grita muito
Ernesto Maia – Perdeu muito no seu grupo
Dimas Dantas – Poderia ser mais inteligente
Edson Vieira – Super inteligente
Dida de Nan – Lutador pela vida e respeitador
Santa Cruz do Capibaribe – Minha terra querida, que amo e
quero