sexta-feira, 3 de junho de 2022

PSB foi quem menos investiu em prevenção de tragédias nos morros do Recife




Na cidade cujo 67% do território é formado por morros, apenas 1,48% da despesa anual da Prefeitura do Recife em 2021 foi direcionado ao programa de gestão de risco a encostas e alagados. Ainda assim, o número já foi superior ao do ano anterior (1,09%), sob comando de Geraldo Julio (PSB), mas ainda distante do máximo já investido (2,88%) desde o início da disponibilização pública dos dados, em 2002, por João Paulo (PT).

Isso significa que, no ano passado, em torno de R$ 80 milhões dos R$ 5,3 bilhões arrecadados foram aplicados na Defesa Civil ou na urbanização de áreas de risco da capital pernambucana, onde aproximadamente 32 mil famílias residem. A falta de investimentos na área, um problema histórico, foi acentuada nos últimos anos, tornando as consequências nítidas.

Pernambuco teve, na última semana, a maior tragédia natural em números de mortos do século 21. Apesar de, pela falta de comunicação dos dados, ainda não se saber quantas das 107 vítimas das chuvas eram do Recife, há registros informais que houve dezenas delas no território recifense — grande parte morta por deslizamento de barreiras.

“Temos um arco de morros na Região Metropolitana, formados principalmente por barro. Onde está o controle urbano das cidades, que permitem a ocupação em áreas de alto risco? Os desastres estão sendo anunciados, e as cidades não estão preparadas para o que está acontecendo. Os morros estão encharcados e as barreiras saturadas de água”, alertou o geólogo e professor do curso de Engenharia Ambiental Fábio Pedrosa.

Dados colhidos no Portal da Transparência da Prefeitura do Recifea partir de 2002 — início da disponibilização no site — os maiores investimentos a morros e alagados vieram sob o comando de João Paulo (PT), governante entre 2001 e 2008. O mais alto foi de 2,88% do orçamento total, em 2002, e o menor nos seus dois mandatos foi em 2005, com 1,77%. Em 2008, último ano à frente da Prefeitura, 1,98% foi direcionado à pasta.

Seu sucessor, João da Costa (PT), aplicou, nos quatro anos do seu único mandato, no mínimo 1,30% — em 2012 — e no máximo 1,56% — em 2011 — já figurando uma redução.

A gestão de Geraldo Júlio (PSB) foi a que menos priorizou monetariamente a área durante os 8 anos em que esteve no poder, de 2013 a 2020. Nesse recorte de tempo, o percentual entre investimentos em encostas e o orçamento total do Recife variou entre, no máximo 1,18% — em 2013 —, e no mínimo, 0,87% - em 2018.

Do JC

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