quarta-feira, 27 de maio de 2015

Deputado paraibano é acusado de envolvimento com quadrilha que atua na extração ilegal de pedras preciosas

O estado da Paraíba foi surpreendido na manhã desta quarta-feira (27) com a notícia de que a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) haviam deflagrado a Operação Sete Chaves, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha que atua na extração ilegal da pedra preciosa ‘turmalina Paraíba’, considerada uma das pedras preciosas mais valiosas do mundo. As pessoas investigadas atuavam no município de Salgadinho (PB), a 255 quilômetros da capital João Pessoa.

Os Policiais suspeitam que um gigantesco volume dessas pedras já esteja nas mãos de joalheiros e de particulares no exterior.

Cerca de 130 policiais federais, de todo o Nordeste, deram cumprimento simultâneo a 35 medidas judiciais, sendo 8 de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e 8 de sequestro de bens, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo.

A participação do deputado João Henrique – Segundo a PF, a organização criminosa é formada por diversos empresários e por um deputado estadual, que se utilizavam de uma intrincada rede de empresas off shore para suporte das operações bilionárias nas negociações com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.

Ao longo da manhã, antes mesmo da entrevista coletiva concedida pelos responsáveis pela operação, no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal, o nome do deputado envolvido nas investigações foi revelado, trata-se do democrata paraibano João Henrique.

A defesa – O deputado se pronunciou sobre o caso através de uma nota enviada aos principais meios de comunicação da Paraíba. “O processo tramita em segredo de justiça, mas o deputado pode adiantar e esclarecer que é sócio e representante legal da empresa Paraíba Tourmaline Mineração LTDA., devidamente estabelecida há mais de 15 anos, a qual é superficiária (proprietária, com escritura pública do Cartório de Registro de Imóveis) e titular de concessão de lavra para turmalina e caulim em uma área de 242,92 hectares, localizada na zona rural do Município de Salgadinho, estado da Paraíba, conforme os exatos termos da Portaria n. 407/2002, de 9 de setembro de 2002, do Ministério de Minas e Energia”, diz a nota, que diz ainda que a empresa é legal e que o mesmo “contribuirá incondicionalmente com as investigações”.

“O Deputado João Henrique informa ainda que vem denunciando esses crimes ao DNPM desde 1998, o que se comprova através das várias petições das quais detém os comprovantes de protocolo junto à Autarquia Federal, cuja atual Diretoria-Geral vem sendo conivente com a atuação dessa quadrilha”, disse a nota, afirmando que o deputado se sente uma vítima da ação criminosa.

Curiosidades sobre a operação da Polícia Federal

  • O termo Sete Chaves é referência feita aos negociadores no mercado restrito da pedra preciosa turmalina Paraíba, que guardavam à “sete chaves” o segredo sobre a exploração ilegal da gema.
  • Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany & Co UK). Uma única pedra de turmalina azul “Paraíba” pode chegar ao valor de 3 milhões de Reais.

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