domingo, 29 de maio de 2016

Bate Papo com Natálio Arruda

Natálio Arruda Neto (62 anos) nasceu em 05 de novembro de 1953, na Vila do Pará, distrito de Santa Cruz do Capibaribe-PE. Ex-vereador e atualmente empresário, Natálio é filho de Manoel Bezerra de Lima “Lelé do Pará” (In Memorian) e Isaura Arruda Bezerra. Casado com Nevinha Arruda há 33 anos com quem tem três filhos. De família simples, Natálio ainda tem mais dois irmãos: Netinho Arruda e Célia Arruda.

Infância

Natálio lembrou a sua infância no sítio Ypiranga, na Vila do Pará, onde nasceu e permaneceu até os 14 anos de idade. “Eu morei no sítio até os 14 anos de idade, era uma época muito difícil, porém eu era feliz por demais”, destacou.

Ainda durante a sua infância, chegou a ter amizades com Pedro Vicente, Miguel Vicente, Sino Boi e Neguinho, que eram colegas de classe e de peladas de futebol.

A Monark - Ainda na infância Natálio Arruda disse que uma vez pediu a seu pai uma bicicleta Monark, que havia acabado de ser lançada, e ele recebeu a negativa por falta de condições financeiras. “Eu fui passar jogo de bicho nos sítios para juntar dinheiro e comprar minha bicicleta, depois dela até namorada eu arranjei”, relembrou humorado.

Estudos

Aluno da Escola de Beatriz Chagas, ele lembra que no seu primeiro dia de aula, escapou de levar bolo da professora. “Ela chegou para mim e perguntou quem descobriu o Brasil, e eu falei correto, ela viu no livro e eu escapei de levar bolo”, disse.

“Eu inventei que estava doente por duas vezes”, diz Natálio sobre os passeios da escola

Na época de seus estudos, Natálio relembrou que as professoras realizavam constantemente visitas a Serra do Pará, e ele por ser magro, inventou por duas vezes que estava doente. “Eu farrapei duas vezes com a professora, inventei que estava doente, mas depois ainda fui há vários outros passeios até a Serra”, citou.

Mijador de Boi? Era o nome da bola – Aluno, mas também jogador de pelada, Natálio Arruda relembra que jogava bola com seus colegas no recreio e que após isso todos voltavam para a sala sem merendar. “Jogávamos bola com meias e dava uma bola muito boa, era a chamada “Mijador de Boi”, ficavam todos satisfeitos, não tinha merenda e a gente voltava para as salas todo suado e com fome”, diz.

Durante sua vida de aluno, ele relembrou também que ia até a escola no seu burrinho chamado “Maçarico”. “Eu me acordava, comia angú, selava meu burrinho e ia para a escola”, relembra.

Aluno aplicado? – Questionado sobre a sua conduta como aluno, Natálio disse que sempre foi um aluno aplicado e dedicado, sendo inclusive presidente de grêmio estudantil na escola. “Eu fiquei sendo presidente por quatro anos e você sabe que para isso eles escolhem os alunos que se dedicam mais, e eu fazia eventos para arrecadar dinheiro para a turma passear, na época tinha comigo na classe, Borjão, Manoel Paulino e Marcos da Caixa”, frisou.

Quase foi expulso da escola 

Ele relembrou que uma vez teve um atrito com uma colega de classe, e a diretora pediu a sua expulsão, sendo que a presidente da GRE, não permitiu e retirou a diretora da escola. “Os alunos foram acompanhar isso de perto e a presidente do GRE disse que a diretora estava muito autoritária, e depois disso ela saiu e eu fiquei na escola, os colegas comemoravam”, ironizou.

Depois que terminou o ensino fundamental, Natálio Arruda fez admissão em Barra de São Miguel-PB e depois foi cursar Contabilidade em Caruaru.

Trabalhos

Na juventude, Natálio Arruda trabalhou em diversos locais, principalmente na Zona Rural, pegou frete, passou jogo de bicho, trabalhou em uma bodega no Pará e em Santa Cruz do Capibaribe. “Tive sempre coragem de trabalhar, eu fiquei limpando matos na beira do açude de casa e depois ia plantar alimentos lá”, destacou.
Quando veio para Santa Cruz, ele veio trabalhar e morar na casa de Zé Dêdelo, que tinha uma loja de tecidos, e ficou por muitos anos com eles.

Depois disso, foi morar em São Paulo onde arranjou um emprego de apontador e chefe de almoxarifado na Eletropaulo (empresa energética), junto com o seu primo que viria a morrer decorrente de um acidente no local. “Fui morar em São Paulo e arranjei um emprego junto com meu primo na Eletropaulo, e ficamos por lá”, disse.

“O acidente mudou a minha rotina”

Morando em São Paulo com seu primo, Natálio lembra que um acidente que veio a tirar a vida de seu primo mudou a sua rotina. “Nós morávamos na mesma casa e um poste caiu em cima dele, matando ele na hora, e houve uma comoção grande e eu trouxe o corpo dele para ser enterrado na Vila do Pará e depois disso achei melhor não voltar mais a capital paulista”, relembrou emocionado.

A volta e o recomeço - Após permanecer na cidade, disse que começou a fabricar calcinhas de brim. “Comprei tecidos nas lojas que tinham aqui e comecei a fabricar para me manter, lembro-me que eu comprava na caderneta e era muito bom”, afirmou.

O Arrudão - Depois criou a empresa chamada o “Fantástico Arrudão”, nome que depois lhe inspirou a criar um time de futebol, o conhecido Arrudão. “Comecei a investir na minha empresa e depois criei o time e futebol em homenagem e para promover a minha loja”, disse.

Ainda foi o proprietário de duas famosas lojas da região, Ateliê e Pactual, empresas que patrocinaram o Ypiranga e levaram o nome de Santa Cruz do Capibaribe por todo o estado de Pernambuco.

Vida Artística

Natálio Arruda também relembrou que durante a sua passagem pelo meio artístico foi um cantor muito bom. “Fui cantor dos bons, cantei para vários padres em um encontro criado por Padre Bianchi Xavier aqui na cidade, e eles gostaram”, disse ele que no programa foi homenageador por vários artistas locais como Hildo Teixeira, Joãozinho Aboiador e Carlinhos Coló.

Foi ainda radialista e criador do Programa Vaqueiros na Fazenda pela Rádio Vale AM, programa que ele comandou por 12 anos, foi de lá onde saíram vários artistas e figuras que seguem no meio artístico da cidade. “ Criei o programa que ficou no ar por 12 anos e de lá saíram Joãozinho Aboiador, Hildo Teixeira e outros mais, foi muito bom minha estada na rádio”, citou.

Natálio antes de ser vereador, ainda gravou três discos com cantores da terra e fez algumas apresentações em vários eventos musicais da região.

Política

Natálio Arruda foi candidato a vereador pela primeira vez em 1988, quando conseguiu ser eleito, após a sua temporada em programas de rádio. Chegou a ser eleito por mais duas vezes depois. 
Na política ficou conhecido uma das figuras mais folclóricas da cidade, o homem que criou a “caixa de ferramentas”, o que lhe garantiu uma eleição para vereador, e ele usava o lema “Vamos Trabalhar”.

“Eu estava liso e criei a caixa de ferramentas”

Conhecidíssimo por ter criado a Caixa de Ferramentas na campanha eleitoral de 2000, o ex-vereador disse que sabia várias denúncias e a cada comício ele revelava uma, mas que teve uma influência devido a sua crise financeira para disputar uma eleição. “Eu estava liso na campanha e aí não iria mais ser candidato, aí Zé Augusto me encontrou, estava de calça, chinelo havaiana e me encontrou e disse, vamos vencer a eleição? E eu respondi que iríamos, aí fui candidato e nós conseguimos eleger Zé Augusto prefeito, na época, Ernando era favorito, e durante todos os comícios eu puxava uma nova denúncia e revelava na área de educação, saúde, e outras mais”, relembrou.

Disputar eleição em 2016 está na sua pauta? - Natálio Arruda disse que não tem a intenção de ser candidato a vereador nessas eleições em 2016, mas destacou que tem uma aproximação com o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), e que ainda é filiado ao partido dele. “Consegui vários poços artesianos para a Vila do Pará, mas não seria um vereador de baixar a cabeça para prefeito nenhum, não tenho vontade de sair candidato esse ano”, frisou.

Jogo Rápido

Rádio Vale – Deixou muitas saudades
Vaqueiros na Fazenda – Também deixa saudade
Ernando Silvestre – Gente Fina
Zé Augusto – Problema para Santa Cruz e para o partido
Toinho do Pará – Já deu o que tinha de dar em Santa Cruz
Dimas Dantas – É um político só, não tem perspectiva de crescimento na política
Vânio Vieira – Um Bom Vereador
Grupo Taboquinha – Está Esfacelado
Grupo Boca Preta – Tem suas falhas, mas tão jogando para debaixo do tapete
Zilda Moraes – Boa amiga
Edson Vieira – É meu amigo, mas como prefeito deixa a desejar
Vila do Pará – Meu sonho, minha paixão
Santa Cruz do Capibaribe – É tudo na minha vida, e na da minha família

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