sexta-feira, 11 de julho de 2014




Adesão de PP e PROS ao palanque de Paulo Câmara foi fatal para José Augusto Maia 

A formação de uma chapinha entre os partidos PP e PROS, que seria a tábua de salvação para o deputado federal José Augusto Maia (PROS) na pretendida disputa por um novo mandato para a Câmara Federal, acabou tendo um efeito contrário, a partir do momento em que estes partidos se encaminharam para o palanque do candidato a governador Paulo Câmara (PSB).

Há alguns meses, imaginava-se que o senador Armando Monteiro, presidente estadual do PTB, detinha também o controle do PROS, tendo entregado a direção do partido ao deputado federal José Augusto Maia para facilitar sua reeleição. O motivo é que, permanecendo no PTB, o quociente eleitoral exigiria de Zé Augusto um quantitativo de votos que ele não teria como alcançar em 2014.

Acreditando que pisava em terreno seguro, José Augusto deixou o PTB, levando para as fileiras do novo partido nomes como o vereador Fernando Aragão e seu filho Tallys Maia. Outros nomes relevantes do grupo Taboquinha saíram das hostes do PTB. O ex-prefeito Toinho do Pará filiou-se ao PHS, enquanto que o vereador Ernesto Maia foi para o PSL. Dessa forma, os dois políticos criaram as condições para se lançarem candidatos a deputado, sem ter como ser impedidos por José Augusto.

O surpreendente anúncio da adesão do PROS ao palanque de Paulo Câmara, seguido pela imediata destituição do deputado José Augusto Maia da presidência do partido, demonstraram que o “mandachuva” do PROS não era o senador Armando Monteiro, mas sim o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente do PP no Estado. A convenção do PROS, por exemplo, foi realizada na sede do PP, em Recife, no dia 30 de junho.

Além de aderir a Paulo Câmara, o PROS passou a integrar o chapão da Frente Popular, no qual nenhum candidato a deputado federal pode ser considerado competitivo se não tiver potencial para, pelo menos, 70 mil votos.

O mal estar criado pelas declarações do deputado santa-cruzense após o anúncio da adesão do PROS a Paulo Câmara, insinuando que o partido assim agiu por motivações financeiras, pode ter tido sido determinante para o partido não listar o nome de José Augusto como candidato a deputado estadual.

Outro motivo, porém, pode ter sido ainda mais decisivo. O PP, e mais precisamente seu presidente, Eduardo da Fonte, já tinha candidato a deputado estadual em Santa Cruz do Capibaribe: o vice-prefeito Dimas Dantas. Permitir a candidatura de José Augusto muito provavelmente inviabilizaria eleitoralmente Dimas Dantas, que tem como meta chegar a, pelo menos, 20 mil votos no Estado, votação que poderia ser superada sem grandes dificuldades pelo ex-prefeito, tirando de Dimas a possibilidade de ser eleito. Por isso, na chapinha PP-PROS não caberiam dois candidatos a deputado estadual na Capital da Sulanca.

A essas alturas do processo eleitoral, estivessem PP e PROS na coligação de Armando Monteiro, a situação política do deputado federal José Augusto Maia estaria bem mais cômoda. A jurídica, no entanto, permaneceria complicada.

Jason Lagos

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