domingo, 24 de abril de 2016

Bate Papo com Hideraldo Abrantes

Hideraldo Luiz Queiroga de Abrantes nasceu no dia 23 de junho de 1958 na cidade de Souza-PB, após seu nascimento adotou Santa Cruz do Capibaribe-PE como sua cidade. Filho de Abrantes Ferreira (In Memorian) e Maria de Oliveira. Casado com Suely Moraes, é pai de dois filhos: Felipe Moraes e Rafaela Moraes Abrantes. Hideraldo já foi vereador, presidente da Câmara no ano de 1990.

Hideraldo já foi também presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), participando de reuniões importantes que deliberaram a construção do Moda Center Santa Cruz. 

Infância

Vindo de infância simples, Hideraldo lembra que seu pai, na época em que moravam em Souza-PB, conseguiu comprar uma Usina de Algodão, da antiga empresa Sambra. Ele relembra que essa Usina fez história no sertão da Paraíba, e na época ele era estudante de Direito na UFPB, além de trabalhar no Banco do Brasil como escriturário e ainda ajudava seu pai na Usina.

“Foi uma época que nós fizemos história no sertão da Paraíba, nossa usina era muito produtiva e tínhamos bons rendimentos, só que veio uma praga dos Estados Unidos, que dizimou toda a plantação e tivemos que buscar outros meios de vida, pois o algodão havia acabado”, disse ele.

Estudos

Sendo um aluno exemplar, Hideraldo relembrou que na época em que estudava na Paraíba, tinha uma senhora chamada de Divanize, que antes de todos entrarem na escola, deveriam mostrar se estavam de meias pretas e havia a cerimônia antes de ir para as salas. “Ela nos mandava ir de meias pretas, todos os dias cantávamos o Hino Nacional e rezava o Pai Nosso, e tinha mais, não podia tirar notas abaixo de 8,3. Caso isso ocorresse, era expulso da escola”.

Hideraldo afirmou que cursava Direito na Paraíba e que após ter casado e ter enfrentado dificuldades no trabalho passou a deixar de lado os estudos, já que devia buscar outras formas de vida devido a “falência” da Usina de seu pai.

“Eu comecei ainda em Souza-PB, a cursar Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e estudei durante três anos e meio, só faltava um ano e meio quando abandonei e vim morar em Santa Cruz do Capibaribe, ai depois ainda tentei voltar a estudar na Fadire, aproveitei algumas cadeiras e comecei Contabilidade, mas depois fui faltando e chegou em um momento no qual abandonei de vez”, disse.

Aluno Bagunceiro ou exemplar? - “Sempre fui muito quieto, mas de vez em quando havia bagunça impensada e isso era normal, mas nunca fui de dar trabalho na escola”, disse.

O Óleo “abençoado” - Hideraldo relembrou que quando alguns alunos não queriam assistir aulas, eles compravam um óleo que deixava a sala de forma que ninguém entrava nela. “Quando estava com alguns bagunceiros eles deixavam a sala de forma que ninguém aguentava, era na época que estudei no Seduc, e comprávamos um óleo que deixava a sala muito sem condições de assistir aula, pois o óleo queimava as narinas e causada muita dor de cabeça, mas só fazíamos isso quando queríamos ir jogar bola em vez de ter aulas”, afirmou bem humorado.

Liderança de sala – Por várias vezes Hideraldo foi eleito o líder da sala e resolvia questões junto à diretoria, mostrando desde os tempos de escola o seu perfil de liderança. “Passei vários anos à frente da minha turma, onde resolvi bastantes questões da sala na diretoria e buscava também sanar os problemas da sala que apenas a diretoria tinha o poder, a exemplo de condições de assistir aulas, sempre reivindiquei”, cita.

Família

Casado com Suely Moraes, Hideraldo Abrantes lembrou também que a sua vinda para Santa Cruz do Capibaribe-PE foi de um incentivo do amigo Hélio Aragão, ele disse que
através da família de sua esposa ele conheceu a cidade e passou um período aqui, sendo que depois voltou para Souza-PB e só retornou a Santa Cruz dois anos após estar casado.

“Havia casado com ela aqui, e depois fui para Souza-PB onde moramos por dois anos, e que após essa praga do algodão eu vim para Santa Cruz do Capibaribe para tentar a vida em outro ramo”, citou.

A vinda para Santa Cruz do Capibaribe - Em 1983 volta para Santa Cruz do Capibaribe com sua esposa e começa a montar uma loja de retalhos, sendo inclusive, uma das suas referências na cidade, tronando-se um grande empresário têxtil do município.

“Montei a minha loja de retalho, comprava dez metros, depois dez quilos e quando menos esperei chegava carretas que eu comprava só de retalhos, foi uma época muito proveitosa e eu fui o maior vendedor desse ramo aqui, depois começou a ter alterações na economia e as coisas foram ficando mais difíceis”, disse ele.

O novo ramo de trabalho

“Tive uma pizzaria que era no Hotel Gadelha Palace e toda noite recebia várias pessoas e famosos que iam até lá, conheci um paleontólogo italiano que contava histórias sobre a passagem do dinossauro lá em Souza-PB, cidade que tem um parque arqueológico só sobre pegadas de dinossauros”.

Política

Participante ativo das campanhas eleitorais da cidade, Hideraldo Abrantes foi quem trouxe a primeira foto de candidato colorida, ele disse que sua intenção era diferenciar a campanha para o candidato que era seu cunhado, Roberto Moraes em 1982.

A primeira foto colorida - “Fui para João Pessoa e fiz em uma gráfica de lá a foto de Roberto, toda colorida, isso acabou rendendo muito votos e ele chegou a ser o mais votado daquela eleição”, relembra.

Sua candidatura a vereador - “Em 1987, Roberto Moraes me chamou e disse que eu fosse me preparando para ser o representante da família, já que ele não queria mais ser vereador, ai eu rechacei a possibilidade no início, mas depois fui tomando gosto pela coisa e sair candidato à Câmara.

Tornou-se presidente da câmara em 1990 – Com o afastamento de Francisco Ricardo da Presidência da Câmara, Hideraldo colocou seu nome a disposição e foi para a eleição onde enfrentou Zilda Moraes.

“Quando começou a apuração, os primeiros quatro votos foram de Zilda Moraes e eu achei que perderia, quando começou a apuração dos 5 últimos votos, eu virei o jogo e ganhei a presidência, onde passei por dois anos e a única coisa que eu consegui fazer foi uma reforma na Câmara e construir uma sala para a oposição, na qual eu fazia parte”, disse.

“Não consegui a reeleição porque não quis” afirma Hideraldo

Quatro anos depois, Hideraldo foi candidato à reeleição e fez a sua campanha até a metade da eleição, pois após 18 anos de seu grupo sendo derrotado, ele se dedicou a campanha de Aragãozinho e não chegou a sua reeleição.

“Nós estava perdendo há mais de 18 anos e precisávamos acabar com essa sina, ai eu e outros vereadores nos dedicados a campanha de Aragãozinho para eleger ele e acabei ficando de fora da Câmara, por não ter tido a aparição da última eleição, os outros não fizeram tanto e conseguiram ser eleitos”, citou.

Na época, seus companheiros de partido era Zezé Diniz, Fernando Aragão, Zé Augusto, Galego de Mourinha e Francisco Ricardo.

A indicação para ser o pré-candidato a prefeito – Luiz Piauhylino, que era deputado na época lhe indicou para ser o candidato a prefeito pelo grupo, mas devido à falta de apoios, a sua pré-candidatura não teve prolongamento. “Piauhylino queria que eu fosse, ai fui em busca de apoios de amigos meus principalmente em São Paulo e recebi negativa, então ainda tentei, fiz o orçamento e ainda queria investir a metade e ia em busca da outra parte, só que por não ter conseguido ai desistir”, relembra ele. 

A campanha dos Tijolos

Uma das denúncias mais marcantes da época, Hideraldo foi o vereador responsável que denunciou o “Escândalo dos Tijolos”, que na época foi o fator principal.

Discursos quentes? – Questionado sobre a “inflamação” dos discursos na época em que era vereador, Hideraldo disse que havia muito badalação igual os dias atuais, mas que ele só denunciava com provas concretas e com responsabilidade. “Na época em que eu fui vereador, houve o escândalo dos tijolos, e eu bati muito nisso, onde as licitações mostravam que havia sido gasto 90 mil tijolos, e eu me perguntei, como é que se gasta tanto tijolo se a prefeitura era toda repartida por madeiras? isso foi o motivo que nos fez eleger nosso prefeito”, citou. 

“Ele pediu 30 mil reais para ser o vice-prefeito”, diz Hideraldo sobre Zé Augusto

Hideraldo Abrantes relembrou que na campanha de Aragãozinho em 1992, Zé Augusto havia pedido para ser o vice-prefeito e que queria ganhar R$ 30 mil reais porque
colocaria seu carro de som na campanha. “Ele pediu R$ 30 mil reais, e ai o grupo bateu na mesa e disse que essa história não dava certo, e que se ele fosse botar seu carro, que fizesse por onde ser eleito e ficaria satisfeito”. Zé na época conseguiu o valor.

Avaliação dos parlamentares de hoje na Câmara – “Eu vejo alguns que tem um trabalho diferenciado, mas também alguns querendo conturbar o trabalho da prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe. Quando forem fazer denúncias devem ter fundamentos e não por pura politicagem, apenas para denegrir ninguém”.

Hideraldo concluiu seu pensamento político afirmando que acredita no Brasil e que não vê soluções para a crise política que está imperado nesse momento, em que o Impeachment de Dilma Rousseff está sendo conduzido em Brasília, com  grande chances de ser concretizado.

Jogo Rápido

Paraíba – Meu estado natal, tenho muito orgulho
Pernambuco – Estado que me acolheu
Helio Aragão – Meu grande amigo até hoje
Oséas Moraes – Carismático, gente fina
Fernando Aragão – Fugiu um pouco da história
Dimas Dantas – Esse é que está fora da historia
Edson Vieira – Vem lutando para transformar Santa Cruz do Capibaribe
José Augusto Maia – Ultrapassado na Política
Diogo Moraes – Batalhador
Santa Cruz do Capibaribe – Cidade que me acolheu, onde devo muito a ela.

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