Deflagrada 35ª fase da
Operação Lava Jato e ex-ministro Antonio Palocci é preso
O ex-ministro Antonio
Palocci (PT) foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, que foi deflagrada
pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira (26). Ao todo, foram
expedidos 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão
temporária e 15 de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para
prestar depoimento e depois liberada. A operação ocorre em São Paulo, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito
Federal.
Antônio Palocci foi ministro
da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda no governo Lula.
A prisão dele foi pedida pela PF e acatada pela Justiça. O ex-ministro foi
detido em apartamento na Alameda Itu, no bairro Jardins, em São Paulo, e será
levado da PF na capital paulista para a carceragem da PF em Curitiba, no início
da tarde. Os policiais também cumprem mandados na casa e no escritório do
ex-ministro.
O advogado do petista, José
Roberto Batochio, chamou a prisão de arbitrária e disse que não sabe quais são
as acusações contra seu cliente. Os outros dois presos são: o ex-secretário da
Casa Civil Juscelino Antônio Dourado e Branislav Kontic, que atuou como assessor
na campanha de Palocci em 2006. Eles também serão levados para Curitiba.
35ª fase - A 35ª fase apura a relação
entre o Grupo Odebrechet e o ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o Ministério
Público Federal (MPF), há evidências de que o Palocci e Branislav receberam
propina para atuar em favor da empreiteira, entre 2006 e o final de 2013, interferindo
em decisões tomadas pelo governo federal. O ex-ministro também teria
participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto
Lula, que foi feita pela Odebrechet.
"Conforme planilha
apreendida durante a operação, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013,
foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci.
Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões,
valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse
no interesse do Partido dos Trabalhadores", diz o MPF.
As suspeitas sobre Palocci
na Lava Jato surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento da
PetrobrasPaulo Roberto Costa. Ele disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef
lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial
da ex-presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de
Palocci. Youssef está preso na PF em Curitiba e já foi condenado por corrupção
e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
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