Bate Papo Dr. Nanau
Nascido em 21 de dezembro de 1956, em Santa Cruz do Capibaribe, Inácio Marques Vieira, o Dr.Nanau é o mais velho dos 9 filhos do casal Joel Vieira de Melo e Dona Geralda Marques de Melo. Vereador por três mandatos, o bioquímico por formação, contou um pouco de sua vida no quadro ‘Bate-Papo Direto ao Ponto’, na ultima quarta-feira (11).
Infância
Garoto pacato e tranqüilo cresceu na Avenida Padre Zuzinha, onde morou por décadas. “50% do meu endereço, até hoje, continua sendo na Rua Padre Zuzinha, número 557”, diz.
A mãe trabalhando na confecção e o pai caminhoneiro, conta que nas férias escolares sua função era viajar com o pai para diferentes Estados. “Desde cedo, essa foi os ensinamentos: Estudo e trabalho”, fala.
Estudos
Boa parte dos seus estudos foi no Ginásio, onde o rigor e a disciplina imperavam em sala de aula. “Comecei os estudos com Professora Gercina Freitas. Estudei com Dona Evani Brito, professora muito rigorosa. O negocio era pra valer, se não quisesse estudar era na palmatória ou joelhos no caroço de milho. E quando chegava ao fim da aula tinha que saber a tabuada de cor. Só passava quem realmente estudava e aprendia”, diz e acrescenta saudosamente. “Tenho saudades dos professores Zé Leite já falecido e Valdemir”.
Em Campina Grande
Santa Cruz ainda não oferecia ensino após o primeiro grau e um grupo da mesma turma, com cerca de 10 amigos mudaram-se para Campina Grande, com o objetivo de estudar no Colégio da Prata. Dr.Nanau entre eles. “Tinha Zé Preto, Zeca de seu Emídio, Adeval Clemente, Silvano, Jorge, Renato de Brás de Lira, Zé Cueca e outros”, relembra.
Durante o período morou em República, enquanto se preparava para o ensino superior, 3 anos no Colégio Estadual da Prata.
Na faculdade se forma em Bioquímica, em 1983, pela Universidade Estadual da Paraíba.
Sem festa, irresponsabilidade e susto
No exato dia da festa de formatura, se envolve num acidente de carro e perde o baile de concluintes. “Fizemos uma festa numa chácara e exagerei na bebida. Na volta fizemos um ‘pega’ e os dois carros se chocaram. Não teve nada conosco além do susto, mas o outro carro acidentou uma mulher, que passou dias no hospital. Ficou a lição, bebida e direção não dá certo”, fala.
Trabalhos
Após a conclusão do curso, a primeira experiência profissional aconteceu em Alagoas, onde passou pouco tempo em virtude de uma tragédia.
“Fui para União dos Palmares, no hospital Nossa Senhora de Fátima, mas passei apenas 90 dias, por que houve uma divergência entre sócios em que resultou um matando o outro”, conta acrescentando que a tragédia aconteceu após um dos médicos realizar uma cirurgia num paciente. “O desentendimento foi por problemas financeiros, aconteceu um tumulto no corredor do hospital e foi uma coisa muito triste”, diz.
Voltando a Santa Cruz do Capibaribe, recebe um convite de Walter Aragão para montar um Laboratório. Através de Dr.Walter inicia os trabalhos no Hospital Souza Aragão, tornando sócio e consequentemente majoritário do local, mudando o nome para ‘Hospital Santa Isabel’. Uma homenagem à sua avó Isabel.
Dr.Nanau é concursado de dois municípios: Santa Cruz do Capibaribe há 21 anos e Toritama há 18 anos.
Família - Casado com Maria Helena Aragão Vieira desde 1983 (32 anos de casados) na Igreja Matriz pelo Padre Zuzinha. Ao todo são 38 anos de convivência somando o período de namoro e noivado. O relacionamento gerou quatro filhos e quatro netos.
Política
Com a mãe militante histórica do partido ‘Boca-Preta’, romeira de Padre Zuzinha, e influente no grupo, Dr. Nanau disputa a primeira eleição em 1992, como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Salete Jordão. O que pouca gente sabe é sua entrada na vida pública poderia ter iniciado em 1988...
“Em 1988 eu me preparei para ser o candidato e disputar a vereança. E quando disse que seria o candidato, Zilda Moraes, que era amiga da minha mãe, foi em casa e sugeriu um acordo. Ela seria candidata naquele ano e depois seria eu. Minha mãe inteligente para não ter nenhum contratempo com Zilda arrumou uma viajem pra mim no Maranhão e quando cheguei às convenções tinham passado”, diz.
1992 – Disputa a eleição como vice de Salete e perde a eleição para Aragãozinho e José Augusto Maia. “Começamos bem, mas o partido não estava unido. Ernando tinha tido que seria bom outro candidato e Augustinho queria Salete e não existia união. Então, Ernando aceitou, mas não tinha empenho. Era um apoio branco”, fala.
1996 - Em eleição em que Ernando Silvestre consegue retornar à prefeitura, Dr.Nanau se elege pela primeira vez para Câmara de Vereadores, com 1.833 votos.
No segundo biênio do mandato é eleito o presidente da Casa Legislativa, e começa ganhar corpo como uma das lideranças do grupo.
2000 – Reeleito vereador com 1.696 votos.
2004 – Candidato derrotado para prefeito de Santa Cruz do Capibaribe. Sobre o pleito Nanau relembra as dificuldades para encontrar um vice e a famosa história da ‘orelha’.
“Primeiro houve a disputa com Zé Cueca para saber quem seria o candidato. Não entre a gente, mas correligionários se digladiando em malas, era muito complicado”, conta acrescentando que a decisão por seu nome saiu após resultado de uma pesquisa encomendada pelo então deputado Sérgio Guerra.
Dificuldade de um parceiro – “No almoço Zé Minhoca disse que seria e a noite desistiu. Era difícil encontrar alguém que topasse. Até que encontrei Dida de Nan, homem de fibra que topou a parada”, diz.
Dr.Nanau conta ainda que faltando 30 dias para a eleição, pesquisa lhe mostrava 4% à frente do então prefeito Jose Augusto Maia.
O caso da ‘orelha’
Quando chegou o primeiro material principal da campanha ‘um detalhe’ chamou atenção da mãe do candidato, supersticiosa Dona Geralda, que deixou todos desesperados: O candidato a prefeito aparecia nas fotografias de lado, com apenas uma orelha à mostra.
“Fizemos as fotos e fomos para gráfica. Tinham 4 fotos e eu disse ao rapaz que poderia usar todas com exceção daquela. A que aparecia apenas uma orelha poderia excluir, e ele fez exatamente com ela”, diz e acrescenta mais frente. “Quando chegou o material, minha mãe falou ‘Pelo amor de Deus, tu vai perder a eleição só tem uma orelha’”.
A solução que parecia ser boa saiu pela culatra. “Fazer apenas uma orelha e colar. Eu pensei que ninguém, iria perceber e chegou um saco de orelhas”, relembra às gargalhadas.
O resultado foi derrota para o reeleito José Augusto Maia.
2008 - Retorna à Casa José Vieira de Araújo.
2010 – Rompe com o grupo boca-preta e migra para o grupo taboquinha, apoiando José Augusto Maia para Câmara Federal. “Faltou amadurecimento político de minha parte”, justifica.
2012 – Nova tentativa na chapa majoritária. Desta vez, tendo como candidato a prefeito José Augusto. Outra derrota, para Edson Vieira e Dida de Nan.
“Eu tenho orgulho e felicidade em dizer que sai de um grupo e na primeira disputam fui candidato à vice. Mas depois da eleição percebi que não era meu lugar. Queria voltar para meu partido de origem”, diz explicando o que aconteceu três anos depois, em 2015.
Jogo rápido
Padre Zuzinha- Grande figura
Dona Geralda – A mãe que nunca vou esquecer na minha vida. Tudo na minha vida é ela.
Ernando Silvestre – Um bom cidadão
Augustinho Rufino – Grande político
Zé Mendonça – Grande articulador e político para Santa Cruz
Salete Jordão – Boa senhora que ajudou muito Santa Cruz do Capibaribe
Zé Cueca – Um Grande santa-cruzense empreendedor
Zé Minhoca – Grande vereador e o guarda da Polícia Rodoviária bem aceito em Santa Cruz
Dida de Nan – Um Grande cidadão, articulador firme e fiel ao partido
Zilda Moraes – Uma Grande cidadã e teve seus serviços prestados para Santa Cruz do Capibaribe
Armando Monteiro – Um político que quer queira, quer não, deu sua contribuição para Santa Cruz do Capibaribe
Grupo taboquinha- Tenho o maio respeito
Grupo boca-preta – É minha casa e acredito que vai continuar no comando de Santa Cruz do Capibaribe
Zé Augusto Maia – Um grande cidadão
Edson Vieira – Um bom prefeito que esta desenvolvendo Santa Cruz do Capibaribe e colocando onde ela merece
Santa Cruz do Capibaribe – Meu amor minha paixão. Tudo pra mim.
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