domingo, 21 de junho de 2015

 Bate-papo Narah Leandro

Narah Pryscilla Bezerra Leandro, ou simplesmente ‘Narah de Joselma’. A jovem vereadora de 29 anos, formada em Designer de Moda, com o sonho de concluir o curso de direito, foi a convidada do bate-papo Direto ao Ponto dessa semana, onde contou passagens de sua vida, na infância e adolescência e as campanhas eleitorais já disputadas mesmo com pouca idade. Confira os melhores trechos da entrevista e conheça um pouco mais da parlamentar.

Infância – Prematura e responsável

Filha de Joselma Bezerra e Roberto Leandro, nascida em 6 de maio de 1986, Narah teve a responsabilidade e autonomia desde cedo de ajudar a mãe a cuidar dos irmãos mais novos. Até por isso, tem a fama de ‘irmã chata’, entre eles.

“Irmã mais velha tem essa fama. Minha mãe trabalhando muito resultou a ausência da figura da mãe e gerando em mim essa responsabilidade dos cuidados. Sempre tive uma relação muito boa com meus irmãos”, diz.

O apelido “Narah de Joselma” não é à toa. “Era uma menina simples, filha de costureira que trabalhava muito para dar uma condição melhor para os filhos. Me identifico muito com minha mãe, ela é uma guerreira que trabalhou noite e dia”, diz orgulhosa.

Criança prematura aprendeu a dirigir e pilotar com cerca de 13 anos. “É algo que eu gostava. Era muito curiosa e aprendi no tempo em que alugávamos motos para aprender num campo. Só não sabia passar marcha e ficava circulando sempre na primeira”, conta rindo.
Estudos e esportes

Seu ensino fundamental e médio foram concluídos basicamente nos colégios Alternativo e Santo Antônio. Período em que praticou diversas modalidades esportivas sempre com bons desempenhos em competições disputadas. “Eu aproveitei bastante esse período. Joguei vôlei, futsal e fiz natação que gostava muito. Filha de costureira não tinha muito acesso a uma piscina e quando fui estudar no Alternativo, tinha uma e me apaixonei por ela”, conta.

“Eu vou” – Enquanto alguns alunos se escondem para apresentação de seminário, amigas da época contam que Narah era a primeira a querer fazer o trabalho. “Nunca tive problema com oratória, nem vergonha para falar em público. Gostava muito de seminário e o pessoal aproveitava”, diz.

Curso superior – Narah é formada em designer de moda, pela FADIRE e chegou a atuar pouco na área. Seu grande sonho profissional é Direto. Curso que iniciou e teve que trancar por questão de tempo, mas ela pretende reabrir ainda este ano.

Serviços sociais

No ano de 1998, ainda com 13 anos, começou a ajudar a mãe em ‘sopão’ que começou a realizar para crianças carentes da cidade. A iniciativa foi o pontapé inicial de uma creche que anos depois ajudou centenas de crianças.

“Não tive uma infância com muito comodismo, e isso fez com que eu também quisesse ajudar, com o pouco, outras pessoas e valorizar o conquistado. Lembro que frente a nossa casa tinha um campo de futebol onde era lotado de crianças de rua. Meus irmãos menores nem saiam de casa com medo e sempre que tinha que ir ao mercado, por exemplo, eu quem ia como mais velha. E minha mãe pensou na ideia de ajudar de alguma forma aquele pessoal”, relembra.

O primeiro encontro contou com cerca de 30 crianças que logo se tornou uma centena. “Eles acabavam contando para outros e foi enchendo”, diz.

Enquanto a mãe, com amigas preparam o aperitivo, Narah divertia a criançada com brincadeiras de cânticos da igreja.

Creche Cleóstenes e o sonho vira realidade
Dona Joselma, mãe de Narah manteve o sonho de construir a creche com a crescente demanda em suas ações populares. Até que, com ajuda de amigos, o projeto começa a ganhar formas.

“Ela compartilhou a ideia com alguns amigos e o empresário César Moraes lhe deu 5 mil reais para iniciar. Ele explicou que estava querendo vender um apartamento e tinha feito uma promessa de dar a quantia para alguma obra social. Minha mãe contou a historia a outras pessoas e Dr.Cloves deu o terreno e disse que ela tinha que fazer dentro de um ano e meio. Depois tudo aconteceu muito rápido”, relembra.

Já na Instituição, Narah cuidou das crianças, foi professora e, tempos depois, diretora.

“Foi um privilégio esse tempo, se sentir útil e vivenciar toda essa historia. Costumo dizer que a pedagogia da creche é a pedagogia do amor, e depois o nosso desejo era proteger as crianças naquele ambiente. Sinto que formamos cidadãos”, conta.

A creche completará 16 anos, no próximo mês. Mesmo após tanto tempo, ainda existem ex-alunos que carinhosamente chama a vereadora de ‘tia Narah’.  


Cabo eleitoral mirim, conselheira, vereadora e coordenadora de campanha estadual
Bem antes de pensar em disputar cargos eletivos, Narah já acompanhava e participava, juntamente com a mãe, as campanhas municipais.

2000 – Na eleição majoritária entre José Augusto e Ernando Silvestre, a pequena Narah já distribuía panfletos e colava adesivos em favor do primeiro nome. “Assim como na creche, eu sempre acompanhei muito minha mãe, em todos os momentos e fazia com prazer mesmo, nunca fui forçada. Eu vivia aquele momento”, fala.

2004 – Além da reeleição de Zé, em 2004 Narah teve um incentivo a mais para ir às ruas. A mãe foi candidata à vereadora. “Vivenciei toda a campanha. Era um momento muito turbulento, de emoção, muito estresse... E vejo que ela foi uma guerreira, por que sem recurso, sem dinheiro algum conseguiu 741 votos. Teve um momento que nem o ‘santinho’, para o eleitor, tínhamos. Para completar conseguimos pagar uma propaganda numa revista e ainda saiu com o número errado”, relembra.

Primeira tentativa e... Vitória!

2008 -  Campanha para Conselho Tutelar - Com o trabalho social na creche Cleóstenes Pacas, Narah percebe que já era hora de ter uma voz mais ativa nas decisões do município, nas tratativas de políticas públicas para crianças e adolescentes. Em casa, duas opiniões contrárias. O pai empolgado e a favor, enquanto a mãe, com um pé atrás não gostou da ideia. “Ela entendia que a função de conselheiro, era muito perigosa”, diz.


Sem Zé, sem apoio, sem cor – Na campanha procurou o então prefeito José Augusto Maia, a quem pediu apoio. “Eu era militante dele e ele disse que não poderia se envolver na disputa. A campanha foi feita por mim e minha mãe e já que não tinha apoio não usei cores partidárias e fiz de verde”, conta.

2010 - Nesse período, a relação da família com o líder do grupo taboquinha, José Augusto Maia, já estava por um triz. Na campanha para deputado estadual a situação complicou.

“Já vinha difícil desde 2008. Ele (Zé Augusto) queria que apoiássemos Ernesto para vereador e ficamos com Diogo Moraes”, conta.

A relação com a família Moraes era de gratidão desde a época do benefício para construção da creche. “Minha mãe não poderia negar um pedido de César Moraes”, diz e prossegue. “E em 2010 novamente teve a escolha entre Diogo e Cecílio e naturalmente ficamos com Diogo”. Para desgosto de Zé Augusto que havia trazido Cecílio Galvão, candidato natural de Belo Jardim.

2011 – Racharam de vez – Na reeleição para o Conselho Tutelar, José Augusto Maia, diferentemente de 3 anos passados, entrou de cabeça na campanha. E o apoio não era para Narah. Segundo ela, até fogos prepararam para soltar frente a sua casa, caso ficasse de fora. “Foi complicado. Ele (Zé) chegou a dizer, em frente à farmácia 29 que se Diogo me apoiasse ele apoiaria outro candidato”, conta.

Meses depois, selada a saída de Diogo Moraes para o grupo contrário, Narah e família seguiu o mesmo caminho.

2012 - Vereança – Uma disputa diferente e ainda mais apertada aconteceu em 2012. Na oportunidade, eleita para uma das 17 vagas para a Casa José Vieira de Araújo. Com o apoio novamente do pai (e com o pé atrás da mãe, inicialmente) ela conseguiu 2000 mil votos.

Durante toda a campanha, o senhor Roberto Leandro, morando em João Pessoa, comparecia à capital das confecções toda quarta-feira e só retornava apenas na segunda-feira. “Meu pai se mostrou bom de pedir voto e bom coordenador de campanha”, destaca.

As pelejas de uma campanha eleitoral deixaram rastros, mas Narah evitou todas as brigas e confusões que surgiram, mesmo que ao chegar em casa, exausta, o choro vinha á tona. “É muito pesado, é corrido estressante, mas segurei. Nunca fui de brigar, mas é muito complicado, era xingada e simplesmente dava as costas”, fala.

2014 – Com o destaque na Câmara (onde chegou a ser presidente da União dos Vereadores de Pernambuco, UVP-Mulher), Narah foi convidada para coordenar a campanha do então candidato ao governo do Estado, Paulo Câmara, em uma das microrregiões de Pernambuco. Experiência de grande significância.

“Eu era a mais jovem, em meio aos caras mais experientes da política de Pernambuco. Aprendi muito. E eles me olhavam com cara de susto, Jarbas (Vasconcelos), Raul Henry me perguntavam quantos mandatos eu tinha... Foi muito válida e prazerosa a oportunidade. Dr.Figueira me disse que eu estava fazendo uma pós graduação em política”, conclui.


Jogo rápido

Joselma Bezerra - Meu maior amor

Creche Cleóstenes Pacas – Fé

Sofia (filha) - Pérola da minha vida

José Augusto - Passou

Carlinhos da Cohab – Tolo

Diogo Moraes – Amigo

Eduardo Campos – Meu ídolo

Paulo Câmara – Companheiro

Edson Vieira – Meu líder

Santa Cruz do Capibaribe – Meu amor

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