segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019


Países europeus reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela


Após ter sido autodeclarado presidente interino da Venezuela, o líder da oposição Juan Guaidó, ganhou o apoio dos países europeus que tinham dado o prazo até este domingo (03), para que Nicolás Maduro convocasse novas eleições.

Alemanha, Espanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, Holanda e Portugal, se juntam a países como Brasil, Austrália, Estados Unidos e Canadá, que reconheceram Guaidó como o presidente interino do país.

Na última quinta-feira (31), o Parlamento Europeu já tinha reconhecido o líder oposicionista como presidente e pedido para que países da União Europeia fizessem o mesmo. O bloco europeu fez até um apelo por eleições “livres e credíveis” na Venezuela.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pediu para que Guaidó convoque as eleições “no menor tempo possível”. O governo britânico afirmou que o “povo venezuelano merece um futuro melhor” e que o governo analisa sanções contra a Venezuela.

"Eles sofreram o suficiente e o regime de Maduro deve acabar. É hora de eleições livres e justas. Estamos analisando quais medidas adicionais podemos tomar para garantir a paz e a democracia na Venezuela, inclusive por meio de sanções", disse o porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o povo venezuelano tem o direito de se expressar "livre e democraticamente". "França reconhece @jguaido como 'presidente encarregado' de implementar um processo eleitoral", declarou no Twitter.

Maduro descartou, mesmo com a pressão de países internacionais, a possibilidade de convocar eleições e insistiu na proposta de organizar apenas eleições antecipadas para o Parlamento, que desde 2016 é controlado pela oposição.

Em agosto de 2017, em uma estratégia para driblar a oposição do Parlamento, Maduro instaurou, Assembleia Constituinte (formada apenas por chavistas) para assumir os poderes legislativos. Em 2019, o Parlamento elegeu Juan Guaidó como seu presidente e declarou Maduro "usurpador", mas teve seus atos anulados pelo Tribunal Supremo de Justiça, que apoia o governo.

Apesar da crescente pressão internacional, Maduro ainda conta com o apoio das Forças Armadas. No fim de semana, porém, o general da divisão de Aviação venezuelana, Francisco Yánez, declarou apoio a Guaidó e se converteu no militar na ativa de mais alto escalão a reconhecer o autodeclarado presidente interino.

Guaidó denunciou a intimidação das forças de segurança contra sua família. Ele também teve suas contas congeladas pelo Tribunal Supremo da Venezuela, que ainda o proibiu de deixar o país.

Em entrevista exclusiva ao Fantástico, Guaidó afirmou que está pesquisando sobre o Plano Real, lançado no governo Itamar Franco, para enfrentar a hiperinflação que assola o país. “Estivemos procurando informações sobre o Plano Real, que conteve a inflação, para tomá-lo como modelo para resolver o que acontece na Venezuela”, declarou.

O país enfrenta uma nova onda de protestos desde o dia 21 de janeiro, quando um grupo de militares se rebelou e pediu para que os venezuelanos fossem para as ruas protestar contra o governo.

A degradação da situação socioeconômica do país também motiva as manifestações, que antes eram isoladas e por motivos pontuais, como a falta de fornecimento de água ou de gás. O aumento salarial de 400% anunciado por Nicolás Maduro fez com que os preços disparassem ainda mais.

Na semana passada, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu sanções contra a estatal petroleira venezuelana PDVSA, medida que deve reduzir as rendas de um país já assolado pela falta de remédios e a desnutrição.


com informações do G1

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