Países europeus reconhecem Guaidó como presidente
interino da Venezuela
Após ter
sido autodeclarado presidente interino da Venezuela, o líder da oposição Juan
Guaidó, ganhou o apoio dos países europeus que tinham dado o prazo até este
domingo (03), para que Nicolás Maduro convocasse novas eleições.
Alemanha,
Espanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, Holanda e Portugal,
se juntam a países como Brasil, Austrália, Estados Unidos e Canadá, que
reconheceram Guaidó como o presidente interino do país.
Na última
quinta-feira (31), o Parlamento Europeu já tinha reconhecido o líder
oposicionista como presidente e pedido para que países da União Europeia
fizessem o mesmo. O bloco europeu fez até um apelo por eleições “livres e credíveis”
na Venezuela.
O
primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pediu para que Guaidó convoque as
eleições “no menor tempo possível”. O governo britânico afirmou que o “povo
venezuelano merece um futuro melhor” e que o governo analisa sanções contra a
Venezuela.
"Eles
sofreram o suficiente e o regime de Maduro deve acabar. É hora de eleições
livres e justas. Estamos analisando quais medidas adicionais podemos tomar para
garantir a paz e a democracia na Venezuela, inclusive por meio de
sanções", disse o porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.
O
presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o povo venezuelano tem o
direito de se expressar "livre e democraticamente". "França
reconhece @jguaido como 'presidente encarregado' de implementar um processo
eleitoral", declarou no Twitter.
Maduro
descartou, mesmo com a pressão de países internacionais, a possibilidade de
convocar eleições e insistiu na proposta de organizar apenas eleições antecipadas
para o Parlamento, que desde 2016 é controlado pela oposição.
Em
agosto de 2017, em uma estratégia para driblar a oposição do Parlamento, Maduro
instaurou, Assembleia Constituinte (formada apenas por chavistas) para
assumir os poderes legislativos. Em 2019, o Parlamento elegeu Juan
Guaidó como seu presidente e declarou Maduro "usurpador", mas
teve seus
atos anulados pelo Tribunal Supremo de Justiça, que apoia o governo.
Apesar
da crescente pressão internacional, Maduro ainda conta com o apoio das Forças
Armadas. No fim de semana, porém, o general da divisão de Aviação venezuelana,
Francisco Yánez, declarou apoio a Guaidó e se
converteu no militar na ativa de mais alto escalão a reconhecer o autodeclarado
presidente interino.
Guaidó
denunciou a intimidação
das forças de segurança contra sua família. Ele também teve
suas contas
congeladas pelo Tribunal Supremo da Venezuela, que ainda o proibiu
de deixar o país.
Em entrevista
exclusiva ao Fantástico, Guaidó afirmou que está pesquisando sobre
o Plano
Real, lançado no governo Itamar Franco, para enfrentar a
hiperinflação que assola o país. “Estivemos procurando informações sobre o
Plano Real, que conteve a inflação, para tomá-lo como modelo para resolver o
que acontece na Venezuela”, declarou.
O país
enfrenta uma nova onda de protestos desde o dia 21 de janeiro, quando um grupo
de militares se rebelou e pediu para que os venezuelanos fossem para as ruas
protestar contra o governo.
A
degradação da situação socioeconômica do país também motiva as manifestações,
que antes eram isoladas e por motivos pontuais, como a falta de fornecimento de
água ou de gás. O aumento salarial de 400% anunciado por Nicolás Maduro fez com
que os preços disparassem ainda mais.
Na
semana passada, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu
sanções contra a estatal petroleira venezuelana PDVSA, medida que
deve reduzir as rendas de um país já assolado pela falta de remédios e a
desnutrição.
com informações do G1
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