domingo, 21 de abril de 2013





A troca de roupa de Campos

Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos pode até dar um “cavalo de pau” lá na frente, mas, até o momento, sua nítida mudança de postura no agir, no falar e até na forma de rebater ataques não deixam dúvidas de que, hoje, ele trabalha determinado a disputar a Presidência da República. O governador deixou de lado o antigo estilo mais contido e diplomático e adotou um tom visivelmente mais incisivo.

Passou a dar respostas sem pena de gastar cartucho e tem se saído um frasista de mão cheia – não vai embora de um evento sem deixar uma ideia de efeito na lembrança dos espectadores. Nos últimos meses, formou uma coleção de declarações fortes. Num passado bem recente, o socialista era o oposto – a ponto de incomodar a Imprensa por sempre preferir não entrar em polêmica e acabar privilegiando declarações escorregadias.

Se resolvia opinar mais duramente sobre algum tema, optava por fazê-lo em reserva, numa linha de procurar não criar celeuma com ninguém, o que o levava a passear por declarações genéricas e, por vezes, repetitivas. Hoje, quando abre a boca, é para soltar algo de impacto e parou de investir em falas polidas, porém evasivas. Abandonou os arrodeios. Anda até com um quê de Jarbas Vasconcelos, outro que, quando decide verbalizar, por cinco minutos que seja, é geralmente para deixar uma mensagem contundente.

Antes tarde
Nos últimos meses, Campos deu uma porção de declarações “de choque”. Mandou recado ao PT: “Jamais seremos atropelados”. Tachou de “casuísmo lamentável” o projeto que inibe a criação de novos partidos com apoio velado do Governo e, em jantar reservado, chegou a afirmar que Dilma “é credora” do PSB.

Virou manchete
A nova forma, mais crítica, de se colocar de Eduardo Campos, assumindo opiniões e posições, ainda que incomode até aliados, tem rendido frutos nacionais e o levado às manchetes dos jornais. Nesta semana, o socialista estampava capa do caderno Brasil de um jornal de Franca, interior de São Paulo, estado, a propósito, onde o governador trabalha para ampliar sua inserção.

Por Renata Bezerra de Melo
Da Coluna Folha Política

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