sábado, 10 de junho de 2017


Próximo desafio - Temer articula votos para tentar barrar investigação no STF

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir por 4 votos a 3 livrar o presidente Michel Temer da cassação, o próximo desafio do peemedebista será na Câmara dos Deputados. Na próxima semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar denúncia contra o presidente e o ex-assessor Rocha Loures, com base da delação do dono da JBS, Joesley Batista. A Constituição determina que a abertura de processo seja autorizada pela Câmara Federal, por 2/3 dos deputados.

Temer já se mobiliza para ter os 172 votos necessários para barrar a abertura do processo contra ele, o que o levaria a se afastar do cargo por 180 dias. O presidente tem recebido deputados, aprovado pacote de bondades e usado nomeações no Diário Oficial para agradar a base. De acordo com assessores, Temer tem os votos suficientes para barrar tanto a análise da denúncia contra ele pelo Supremo Tribunal, quanto um Impeachment.

O quadro pode mudar caso haja novas revelações sobre o presidente. A pressão sobre Temer cresceu desde a prisão de Loures e a revelação de que o presidente viajou, em 2011, com a primeira-dama em um avião da JBS. A expectativa recai hoje sobre a possível delação de Rocha Loures. O ex-deputado, no entanto, usou o direito de ficar calado no depoimento sexta-feira à Polícia Federal.

Temer e Loures são investigados por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa. Loures é acusado de receber R$ 500 mil em propina da JBS em nome do presidente. O suposto suborno seria a primeira parcela de uma propina de R$ 480 milhões a ser paga ao longo de 20 anos, conforme o sucesso das transações da empresa. Para o procurador-geral, Loures era o “longa manus" do presidente, um faz-tudo.


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