sábado, 27 de fevereiro de 2016

Bate Papo com Ivanilson Feitosa

Ivanilson Feitosa do Nascimento nascido em Santa Cruz do Capibaribe no dia 9 de Junho de 1959, filho de Francisco Amaro do Nascimento e Otília Feitosa do Nascimento. Pai de três filhas: Maria Luiza, Cláudia Cristina e Karina Feitosa, e avô de três netas. Ele é casado com Maria Sueli Assis do Nascimento.

Nascimento - Após o seu nascimento, Ivanilson Feitosa morou na Rua dos Currais, na Rua Padre Zuzinha, perto da casa de Dona Geralda, mãe de Dr. Nanau, e após isso morou na Rua em que morava Neidinha de Dedé Sanfoneiro, chegando a ser seu vizinho.

Infância

“Fomos marginalizados” - Conta Ivanilson na qual cita que a sua infância, e de seus irmãos, foram roubados devido à necessidade de trabalhar, logo após que seu pai e sua mãe se separaram. “Tínhamos a necessidade de trabalhar para ajudar a nossa mãe, que lavava roupas, porque senão passaríamos fome”. Ele conta que durante algum tempo ficou sendo cuidado na casa de Dona Ernestina, enquanto a sua mãe levava os outros irmãos, que eram mais velhos, para ajudar ela a carregar água e ganhar algum dinheiro. “Eu peguei o que aconteceu comigo e transformei em bondade no meu coração para que eu possa ajudar quem precisa”, diz cheio de alegria.

Trabalho

“Eu e meus irmãos, quando chegava a certa idade, tínhamos que algum fazer alguma coisa, seja plantando, arando roçado”, disse Ivanilson que citou também que a sua irmã com 12 anos já cuidava dos filhos do Juiz Dr. Marcondes, que foi o primeiro de Santa Cruz do Capibaribe.

Cuidando dos seus irmãos – com apenas 10 anos de idade, Ivanilson cuidava de seus irmãos para que a sua mãe pudesse ir trabalhar. “Ela ia trabalhar e eu ficava com três irmãos menores, não podia dizer que não, eu fazia a comida deles e as necessidades. Enquanto minha mãe levava meus irmãos mais velhos para ajudar ela”.

Com apenas 13 anos de idade, Ivanilson contou que começou os seus trabalhos batendo casca de angico, e que durante uma semana ele ganhou uma quantia que foi fundamental para ajudar no orçamento da casa, sua mãe de pronto, lhe questionou de onde vinha aquele dinheiro, e disse que era de meu trabalho.  “Eu tinha um problema de sangramento no nariz, quando fazia muito esforço e devido a isso minha mãe não me deixava trabalhar”. Contou.

Estudos

“Não tinha estudos devido às dificuldades”
Ivanilson lembra que desde pequeno teve que iniciar os trabalhos e por isso não conseguiu conciliar os estudos com o trabalho, pois primeiro viria à sobrevivência, e disse que seus estudos foram iniciados um pouco mais tarde do que o habitual. “Quando iniciei na Escola da Professora Ivani Batista eu já estava um pouco mais velho, acho que com uns 4 ou 5 anos de idade.

O acidente – Com a vontade de trabalhar desde cedo, Ivanilson lembrou que quando tinha 5 (cinco) anos de idade um acidente deixou a sua mãe preocupado, isso porque foi trabalhar com o seu tio de pedreiro, carregando tijolo quando um caiu sobre uma de suas pernas e quebrou-a, a preocupação veio devido a inexistência de médicos na cidade.

Não tinha médico - “Se for do joelho para baixo eu dou jeito, se for pra cima não tem o que fazer”, lembrou-se dessa frase dizendo que o médico, sem formação, que fazia trabalhos caseiros para pessoas necessitadas era Zé Inácio. Como o acidente foi na coxa, Ivanilson teve que ser levado até Caruaru no hospital São Sebastião.

Conselho Tutelar

Eleito por duas vezes para o cargo de Conselho Tutelar Ivanilson cita que sempre se identificou com a causa, devido o seu passado, transformando a sua história para evitar que crianças possam passar pelo mesmo “sofrimento” que passou. “Sempre vi que o meu passado deveria ser um espelho para as pessoas que tinham as mesmas dificuldades, então através desse trabalho no Conselho, eu tenho feito de forma oportunista, o meu trabalho e vejo resultados positivos. Já mudamos várias vidas que estavam esquecidas”, ressaltou.

Vida Política

Após quatros anos atuando no hospital municipal, Ivanilson relata que foi uma ideia de alguns amigos, e citou que houve pessoas querendo travar o seu projeto.

“Filiaram-me de última hora e tinha um candidato na porta da prefeitura torcendo que eu não chegasse a tempo”

Em um dos momentos de sua fala, Ivanilson relembrou que foi filiado de última hora, e no dia limite para a descompatibilização do cargo, ele estava em outra cidade, onde citou que havia um candidato na porta da prefeitura torcendo que ele não chegasse a tempo. “Uma pessoa me ligou e eu estava em Campina Grande, com uma pessoa no hospital, e ela me falou que se eu não chegasse até às 13 horas, não poderia ser candidato, eu sai de lá rápido e consegui chegar a tempo, para a decepção de quem torcia contra o meu projeto.

Campanha sem dinheiro - Meus amigos diziam que eu mediria o meu prestígio ali, diante da população que eu ajudei, e eu fui para a campanha sem dinheiro e tive 751 votos, sendo eleito para o mandato na 10º colocação em 1996”.

Tentativa de reeleição – Ivanilson passou quatro anos de sua vida política levando pessoas para Recife, para a realização de cataratas e para ele, isso pode ter sido a peça fundamental de sua reeleição com um aumento expressivo de votação, registrando 1.351 votos. “Preocupei-me em sai bem na Câmara para não ser um vereador que só falasse besteira e arranjei algumas operações de catarata em Recife nos meus quatros anos, levei mais de 500 pessoas para lá”.
Curiosidades

Travesseiro de dinheiro - Ivanilson lembra que enquanto esteve no hospital, sozinho, as pessoas viam o seu sofrimento e dava dinheiro, ele lembra que sua mãe quando retornou para buscá-lo encontrou embaixo do travesseiro de sua cama, uma grande quantidade de dinheiro e trouxe para ajudar nos orçamentos da casa. “Minha mãe me internou lá e precisou vim embora para trabalhar, onde eu fiquei alguns dias lá sozinho, chorei bastante e as pessoas que viam aquela cena me dava dinheiro porque pensavam que eu estava lá abandonado”, disse.

Distribuidor de Sopas – Acompanhado da Irmã Dalva, da Creche Alcançando Crianças Carentes, Ivanilson conta que foi iniciado o projeto de sopas comunitárias com o objetivo de evangelizar para crianças e pessoas que ali estavam.

Primeiro discurso na Câmara – “Eu tive um amigo que muito me ajudou na época, Carlos Lisboa não era conhecido, mas me deu umas dicas e orientou os meus trabalhos naquela Casa”.

Boneco de Olinda – Foi o idealizador do Boneco de Olinda em sua campanha em 2004, causando uma inovação no jeito de pedir votos. “Peguei um número em Olinda de um boneco que vi no semáforo e tive a ideia de fazer um, porque vi fazendo anúncio de outras marcas lá. Fui a Olinda e comprei aquele boneco, que pesava 13 quilos e gastei um pouco há mais do que nas outras, e não fui eleito”.

Perseguição – A palavra foi motivo de muitas mudanças na vida de Ivanilson. “Perdi as eleições de 2004 e fiquei praticamente sem nada, depois me chamaram e me deram um emprego na Policlínica, e organizei tudo lá. Aí houve conversas de pessoas que atrapalhou o meu trabalho e passei a ser perseguido por um político da cidade”.

“Quando alguém lhe disser que eu disse que você é careca, me chame para ela dizer na minha frente”, citou Ivanilson fazendo referência que as perseguições foram do ex-prefeito Zé Augusto.

Não gosta de Dinheiro – O Conselheiro disse que uma vez estava cuidando todos os dias de uma filha de Totonho na fazenda, realizando curativos e outras necessidades, e o pai da garota veio lhe pagar e Ivanilson se recusou a receber. “Ele é a única pessoa que não gosta de dinheiro, eu fui pagar e ele não quis receber”, disse o pai da garota, ao hoje, vereador Ronaldo Pacas. “Aquilo que Deus me deu de graça, eu faço questão de retribuir com a população de graça também”, falou Ivanilson.

Jogo Rápido

Saúde Pública – Necessidade Humana
Pastor Mauro – Mais que um irmão, é um pai.
Conselho Tutelar – Tudo
AME Infantil – Minha Paixão
Passagem pela Policlínica e Secretaria de Saúde – Fiz o que pude
Zé Augusto – Ex-amigo
Ernando Silvestre – Nunca tive amizade, um grande homem.
Carlos Lisboa – Meu grande amigo
Ronaldo Pacas – Mais amigo ainda...
Edson Vieira – Grande amigo também
Família – Tudo pra Mim
Santa Cruz do Capibaribe – Nunca saio daqui, é tudo para a minha vida

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