terça-feira, 13 de agosto de 2013

A arte eleitoral de avaliar nomes técnicos e políticos

Faltando pouco mais de um ano para as eleições 2014, os partidos começam a avaliar os nomes que poderão suceder os atuais governadores que não poderão se candidatar a reeleição. Novos nomes, novos rostos e qualificação técnica, algo que parece vir na esteira do desejos dos protestos que ganharam as ruas de várias cidades do país nos últimos meses. Em Pernambuco, Bahia e Ceará, alguns testes nesta direção já começam a ser ensaiados.

No Ceará, segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo, um dos nomes ensaiados é o do atual secretário da Fazenda, Mauro Filho (PSB). Mauro, que é economista e está em seu sexto mandato como deputado estadual, tem acompanhado o governado Cid Gomes (PSB) em situações incomuns para a pasta que comanda, como inauguração de hospitais e sistemas de abastecimento hídrico.

Na Bahia, o governador Jaques Wagner (PT) estaria trabalhando o atual chefe da Casa Civil, Rui Costa, ganhe o apoio dos outros pré-candidatos da base e para que estes recuem das suas intenções de concorrer ao governo estadual. Costa tem participado frequentemente de inaugurações e é responsável pela execução de projetos considerados estratégicos, como o metrô da capital baiana e a implantação de uma ferrovia orçada em R$ 7,4 bilhões.

Apesar disto, a possível candidatura de Rui Costa ainda não decolou em função da baixa densidade eleitoral quando em comparação com outros nomes, como o do senador Walter Pinheiro. Costa também não conta com a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já sinalizou sua preferência pelo ex-presidente da Petrobras e atual secretário de Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.

Em Pernambuco, as opções por novos rostos e nomes  considerados mais técnicos para disputar a sucessão do governador Eduardo Campos (PSB) passam pelos secretários da Casa Civil, Tadeu Alencar; Cidades, Danilo Cabral; e o atual dirigente da Secretaria da Fazenda, Paulo Câmara. Todos eles auditores do TCE-PE. As pastas, que possuem participam direta na implantação e execução de obras ou que contam com muitos recursos disponíveis, são apontadas como um bom caminho para uma alternativa de substituição e renovação.

Vale ressaltar que nas últimas eleições municipais, Campos optou por lançar o nome de Geraldo Julio na disputa pela Prefeitura do Recife. Auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado, e que também respondeu pelas secretarias de Planejamento e de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco na atual gestão socialista, Geraldo acabou sendo eleito com uma larga margem de votos e impôs ao PT uma de sua maiores derrotas eleitorais, quando teve que deixar o controle do Executivo da capital após doze anos no poder.

Apesar disto, a opção técnica não deverá ser um fator 100% decisivo, uma vez que o complicador político também será fundamental na definição do sucessor de Eduardo Campos. Nesta linha política está posicionado o vice-governador, João Lyra Neto (PDT), que já anunciou que deverá deixar a legenda trabalhista e migrar para o PSB. Caso isto se confirme, Lyra terá um ano com “a caneta na mão”, o que poderá ajudar a viabilizar a sua postulação. Além disso, a situação também o coloca na linha de frente como um dos nomes a ser estudado por Campos na corrida estadual.

Ainda dentro do próprio partido está o atual ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. FBC, que foi indicado ao ministério pelo próprio governador, já manifestou em várias ocasiões que deseja ser o indicado por Campos para disputar o comando do Executivo pernambucano.

Com boa penetração no interior, em especial no Sertão, FBC tem se movimentado nos bastidores para viabilizar as suas intenções. Nesta movimentação, inclusive, ele teria mantido contatos com outros partidos, como o PSD e o PT, visando uma possível migração para angariar apoio e viabilizar a sua candidatura. Uma eventual saída do ministro do PSB por parte do ministro poderia levar o PSB a sofrer um racha interno em todo o Estado. Esta movimentação, contudo, é negada veementemente tanto pelas legendas como pelo próprio ministro.

Um outro nome político de peso que também deseja ser o ungido por Campos para sucedê-lo é o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Com uma força bastante considerável na Região Metropolitana e em várias regiões da Mata e do Agreste, o parlamentar tem visitado constantemente suas bases eleitorais e conquistado apoio em torno da sua postulação. Caso não seja ele o escolhido, a possibilidade da saída do PTB da base de apoio a Campos tende a ser um complicador de peso, principalmente se o partido optar por uma candidatura própria para disputar o Palácio do Campo das Princesas.

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