terça-feira, 31 de janeiro de 2017


Separados no ninho - Enquanto aguardavam a chegada de Temer no ato em memória às vítimas do Holocausto, no domingo (29), os tucanos presentes se dividiram em dois grupos: de um lado, Geraldo Alckmin e João Doria, do outro, José Serra. O governador e o prefeito conversavam ladeados de seus respectivos secretários. O chanceler interagia com outros convidados do evento. Os três tucanos paulistas não participaram das mesmas rodinhas.

Às urnas - O MST aderiu à bandeira de convocação de eleições gerais para o Congresso e para o Planalto. Texto recém-aprovado pela coordenação nacional do movimento diz que é preciso “devolver ao povo o direito de escolher seus representantes”.

Apelidos - Em viagem a Pernambuco nesta segunda-feira (30), Michel Temer deu carona no avião presidencial a vários ministros do Estado. Descontraído, o titular da Defesa, Raul Jungmann, decidiu fazer piada e colocar um apelido em cada um dos colegas pernambucanos de Esplanada. — Bruno Araújo (Cidades) é o “arquiteto”, Fernando Filho (Minas e Energia) é o “engenheiro”… E Mendonça Filho (Educação), o “professor”. Ao ouvir seu apelido, Mendonça decidiu não deixar Jungmann sem seu codinome: — E você, para conseguir cuidar de tanto general, só pode ser o “marechal”!

Cofres - Os governos do PT abriram os cofres para financiar projetos do ex-bilionário Eike Batista, preso nesta segunda-feira (30) no Rio. Até 2013, ainda no primeiro governo Dilma, o BNDES beneficiou ao menos onze empresas do “Grupo EBX”, de Eike, num total de R$10,4 bilhões em financiamentos diretos. Outros negócios possibilitados pelos governos Lula e Dilma podem ter rendido ao menos R$20 bilhões ao empresário.

Cenário - O PT, que tem a terceira maior bancada do Senado Federal, corre sério risco de se perder nas menores forças da Casa se repetir, em 2018, o fracasso nas urnas do ano passado. Dos atuais dez senadores petistas, oito terão que enfrentar as urnas no ano que vem, entre eles, enroladíssimos em escândalos como Gleisi Hoffmann (PR), ré na Lava Jato, e Lindbergh Farias (RJ), duas vezes condenado por improbidade.

Fiasco – O PMDB tem o presidente da República (Temer), o presidente do Congresso (Renan Calheiros), além das maiores bancadas na Câmara (65 deputados) e no Senado (20 senadores), mas não tem um quadro competitivo para disputar a eleição presidencial de 2018. Nas duas eleições que disputou, o desempenho dos candidatos foi um fiasco. Ulysses Guimarães obteve em 1989 apenas 4,4% dos votos válidos e Orestes Quércia (em 1994) 4,38%. 

Pedido - O advogado José Antonildo Alves de Oliveira, de Caruaru, do escritório Rodrigues e Oliveira Advogados Associados, entrou nesta segunda-feira (30) na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro com um pedido de habeas corpus em favor do empresário Eike Batista. O empresário, que já foi apontado pela revista Forbes como o 7º homem mais rico do mundo, foi preso na manhã desta segunda-feira ao desembarcar no Aeroporto do Galeão (RJ) procedente de Nova York. O advogado não foi contratado por ninguém da família de Eike Batista e sequer o conhece, pessoalmente. Mas, segundo a Agência Estado, decidiu entrar com pedido de habeas corpus em favor dele após uma “análise técnica” da prisão.

Líder - O Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (31) ter sido escolhido "por aclamação" para ser o novo líder da bancada do PMDB na Casa, a partir de fevereiro. A escolha do nome de Renan foi feita durante reunião da maioria da bancada peemedebista na residência oficial do Senado - no encontro, os senadores do partido definiram que Eunício Oliveira (CE) disputará a presidência (a eleição será nesta quarta, 1º). Ao longo das últimas semanas, Renan articulou junto a colegas de bancada para ocupar a liderança do partido, mas houve resistência por parte de alguns senadores por ser alvo de investigações da Operação Lava Jato.Dos 19 senadores que integram a bancada peemedebista, apenas Roberto Requião (PR), Waldemir Moka (MS) e Simone Tebet (MS) não participaram do encontro.

Solidário - O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) usou dinheiro público bancar uma viagem a Curitiba a fim de visitar ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense, em 30 de dezembro do ano passado. Os recursos saíram da cota para exercício de atividade parlamentar, que só pode ser utilizada para esse fim, e não para ressarcir gastos pessoais. Procurado, Marun disse que a viagem teve caráter "solidário" e não "político" e alegou ter havido um erro de seu gabinete ao pedir o ressarcimento dos custos. Em nota, o deputado afirma que vai assumir os R$ 1.242,62 gastos em hospedagem e passagens aéreas pelos quais pediu ressarcimento.

Movimentação - O Palácio do Planalto já identificou uma movimentação do deputado cassado Eduardo Cunha na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados. Para surpresa de integrantes do governo, mesmo de Curitiba, onde está preso, Cunha tem trabalhado contra a candidatura à reeleição do atual presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cunha tem mandado recados através de interlocutores que o visitaram em Curitiba. Integrantes da tropa de choque de Rodrigo Maia demonstram preocupação com a tentativa de Cunha de interferir no processo. Avaliam que ele estimula ações no Judiciário questionando a Constitucionalidade da reeleição de Maia.

Marisa - Um exame de ultrassom realizado na tarde de segunda-feira (30) na ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva detectou a presença de trombose venosa profunda nos membros inferiores, segundo boletim médico divulgado no início da tarde desta terça-feira (31) pelo Hospital Sírio-Libanês. Dona Marisa foi internada há uma semana após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma. Os médicos realizaram a passagem de um filtro de veia cava inferior com o objetivo de prevenir a ocorrência de embolia. O quadro clínico permanece estável, segundo o hospital. A trombose venosa é causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, principalmente na região da panturrilha ou nas coxas. O desprendimento do coágulo pode provocar a obstrução de uma artéria e provocar embolia pulmonar.

Reeleição - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu, hoje, que disputará a reeleição e disse que oficializará a sua candidatura amanhã. Ele pediu votos publicamente a deputados do PMDB durante uma reunião da bancada peemedebista. A eleição está marcada para esta quinta (2), mas, até então, Maia vinha conduzindo uma espécie de campanha informal atrás de votos apenas nos bastidores, sem se declarar candidato. Ele ainda não registrou a candidatura oficialmente por conta de questionamentos na Justiça de adversários dele.

Metros - O empresário Eike Batista, que se apresentou nesta manhã de segunda-feira (30) à Justiça brasileira, ficará preso em uma cela da Penitenciária Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A cela tem 15 metros quadrados com quatro beliches. O cenário é bem diferente da mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, onde a Polícia Federal buscou o empresário semana passada, na ocasião, ele já tinha viajado para Nova York. Segundo reportagem da revista Época, o imóvel tem 3,5 mil metros quadrados.

Emenda – A prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) comemorou uma emenda de R$ 1,2 milhão ao Orçamento Geral da União que já foi liberada para a aquisição de equipamentos para o Hospital Regional do Agreste. Os recursos já se encontram sob o poder do governo de Pernambuco, que será responsável por fazer uma licitação e permitir a melhoria dos serviços do HRA, que atende não só os caruaruenses como pessoas do Agreste e até mesmo do Sertão.

Hegemonia – Fundado por Miguel Arraes e conduzido com mãos de ferro por Eduardo Campos, o PSB caminha para relegar Pernambuco a um plano secundário no comando do partido. Nenhum figurão pernambucano consegue apitar nada no partido que carece ainda de um líder nacional como foram Arraes e Eduardo.

Penta – Guilherme Uchoa (PDT) assumirá amanhã, pela 5ª vez, a presidência da Assembleia Legislativa. Mas ainda estará em desvantagem em relação ao capixaba José Carlos Gratz, que mandou durante 20 anos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, alternando-se na 1ª secretaria e na presidência.

Afago - Entrando na segunda metade da gestão, o governador Paulo Câmara (PSB) fez um afago a base aliada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) durante um café da manhã no Palácio do Campo das Princesas na manhã desta terça-feira (31). No encontro para tentar estreitar as relações com um Legislativo que vinha se mostrando rebelde e descontente, o próprio governador reconheceu que quer manter um diálogo mais próximo com os deputados. Um dos objetivos do encontro era dar uma injeção de ânimo na base, que vinha se mostrando pouco aguerrida nos debates com a oposição.

Bruno - Incluído na primeira lista dos políticos citados nos depoimentos de delação premiada pelos executivos da Odebrecht, o ministro de Cidades, o pernambucano Bruno Araújo (PSDB), é citado por Cláudio Melo, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empresa. Nada de acusação grave. Ele diz apenas ter tido um relacionamento institucional sem qualquer referência a pagamentos. Ressalta que discutiram contratos de energia no Nordeste. Até ontem, entretanto, o ministro não havia se pronunciado.

Bastidores - Por trás do resultado da escolha do novo líder do PSB na Câmara dos Deputados é possível captar bastidores que têm tudo a ver com mais um capítulo da disputa interna e surda que se trava entre duas correntes do partido que tendem a medir forças nas eleições de 2018. A nova líder, Tereza Cristina (MS), que frustrou o sonho de Tadeu Alencar em virar personagem nacional, teve o apoio do senador Fernando Bezerra Coelho e do seu filho, o ministro Fernando Filho (Minas e Energia). Fernando se aliou ao grupo do PSB paulista, comandado de São Paulo pelo vice-governador Márcio França, para derrotar a ala hegemônica do partido em Pernambuco, liderada pelo governador e o prefeito do Recife. A eleição do novo líder do PSB levou Paulo Câmara a usar das suas prerrogativas de demitir o secretário de Turismo, Felipe Carreras, por uma semana,  para este, na condição de mandatário de uma das cadeiras do PSB na Câmara Federal, reforçar a votação em Tadeu Alencar. Mas de nada adiantou. Além da maioria fiel à ala do socialismo paulista, a nova líder contou com o voto velado do deputado João Fernando Coutinho, um ex-eduardista que agora se mostra um fiel apóstolo do senador Fernando Bezerra.

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