quinta-feira, 18 de maio de 2017

‘Mantega distribuía propinas a parlamentares petistas’, afirmou dono da JBS

De acordo com o que Joesley Batista contou em sua delação que caiu como uma bomba no cenário político, o ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma Rousseff, Guido Mantega, era o seu elo direto com o Partido dos Trabalhadores. Relatou que havia uma espécie de conta corrente para o PT na JBS e que por meio dela, e tendo sempre Mantega como intermediário, irrigava os bolsos de parlamentares petistas.

Ao falar de Mantega, os delatores afirmam que era ele quem operava para o grupo no BNDES. Portanto, eram através de tratativas diretamente com Mantega que se negociavam os aportes ao grupo J&F. Os delatores ressaltam, no entanto, que Mantega não pegava o dinheiro para si próprio, mas sim para o partido.

Joesley disse aos procuradores que Luciano Coutinho, o presidente do BNDES em quase toda a era petista, era duro nas negociações. Mas admite que às vezes se reunia com Coutinho e parecia que Mantega, com quem tratava de propinas para o PT, já antecipara os assuntos da JBS para ele.

Palocci - Joesley ainda disse que contratou o ex-ministro Antônio Palocci, como consultor quando a JBS começou sua escalada. Mas, segundo ele, Palocci atuava mais como uma espécie de "professor de política" ao empresário então neófito entre os gigantes da indústria e da política. Garantiu que Palocci nunca se meteu em seus pleitos ao BNDES, tarefa que era de Mantega. Mas admitiu que o ex-ministro de Dilma e Lula pediu a ele doação de campanha, via caixa dois e confirmou que o dinheiro foi dado.

Lula - Em relação a Lula, Joesley afirmou aos procuradores que não tinha intimidade com o ex-presidente. Narrou, entretanto, um encontro com Lula em que, preocupado, reclamou que as doações, no caixa um ou dois, estavam atingindo cifras astronômicas. Já estariam chamando a atenção. Segundo Joesley, Lula ficou quieto, nada falou e não esticou o assunto.

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