sexta-feira, 31 de março de 2017

Ministério Público entra com ação contra Partido Progressista 

Pela primeira vez na Lava Jato, o Ministério Público entrou com uma ação contra um partido. Os procuradores querem que o Partido Progressista (PP), dez políticos do partido e um assessor devolvam aos cofres públicos mais de R$ 2 bilhões que foram desviados da Petrobras. O Ministério Público Federal acusa a lengenda e parte de seus integrantes de se beneficiarem do esquema de fraudes em contratos da Petrobras, investigado pela Lava Jato.

O MPF quer que o partido e os citados na ação devolvam à estatal mais de R$ 460 milhões, paguem multa de R$ 1,3 bilhão e danos morais de R$ 460 milhões. Ao todo: R$ 2,3 bilhões. A propina teria vindo de obras superfaturadas da Petrobras entre 2004 e 2014. “Vários políticos vinculados ao Partido Progressista receberam mesadas que variaram entre R$ 30 mil e R$ 300 mil. Além desses políticos que são demandados nesta ação específica, há evidências que apontam para o fato de que pelo menos outros 21 políticos dessa mesma legenda, o Partido Progressista, receberam destinação de propinas a título de mesadas”, afirmou o procurador Deltan Dallagnol.

Além do partido, o Ministério Público pede também a condenação de seis deputados federais do Partido Progressista: Nelson Meurer, Mário Negromonte Jr, Arthur Lira, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Roberto Britto. Também de quatro ex-deputados do PP, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Pizzolatti e Mário Negromonte, e de João Genu, ex-assessor do deputado federal José Janene, que morreu em 2010. Para o Ministério Público, os acusados enriqueceram com o dinheiro da propina, que também foi usado para financiar campanhas eleitorais. O MP pediu também que os direitos políticos de todos os acusados sejam suspensos por dez anos e quer que os envolvidos percam o direito à aposentadoria especial de parlamentares e ex-parlamentares. 

Pedro Corrêa - O ex-deputado pernambucano Pedro Corrêa colocou tornozeleira eletrônica recentemente para cumprir prisão domiciliar em razão de uma cirurgia para correção de deformidade na coluna. O ex-parlamentar deve voltar à cadeia 30 dias depois do procedimento. Corrêa é delator na Operação Lava Jato e está preso desde abril de 2015, ele foi condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção.

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