A politicagem - a cidade de Santa Cruz do Capibaribe atravessa um
momento muito delicado, onde as famílias se vêm acuadas e assustadas diante os altos
índices de violência. No entanto, mesmo em um momento de comoção, figuras da
cena política encontraram espaço para politicar o debate.
Debate sem futuro - na sessão ocorrida na última terça-feira, vários discursos
trouxeram o comparativo entre os doze anos de governos Taboquinha e a atual
administração de Edson Vieira. Como se estivessem falando de um assunto
qualquer, vereadores trocaram farpas e levaram o debate para o campo da política
de mais baixo nível.
O de sempre - ontem, com a cidade ainda chocada, o deputado federal Zé
Augusto Maia enviou nota à imprensa e mais uma vez trouxe à tona um daqueles
discursos, cheios de elogios a si mesmo.
Enfadonho - “Santa-cruzenses, todos vocês conhecem a situação que
encontrei nossa cidade, quando fui prefeito. Era pior do que hoje, com 96
homicídios por ano, fora os assaltos, arrombamentos, etc. No entanto, com
nossas ações de combate à violência, reduzimos para 10 o número de homicídios e
em mais de 80% os assaltos a mão-armada, a residências, estupros e outros”,
disse Zé na nota, que no fim das contas, não ajuda em nada a cidade, diante dos
problemas que têm sido enfrentados pela população.
Refletir é preciso - debates pobres, atitudes demagógicas e discursos
enfadados, que mais parece terem sido ensaiados em uma máquina do tempo, definitivamente
não melhorarão em nada a situação de Santa Cruz, que carece de ações enérgicas e
eficientes.
O porquê - “Eu precisava arrumar um emprego para me sustentar e
sustentar a minha família”. Esses foram os argumentos utilizados por Toinho do
Pará para justificar a sua entrada em definitivo no governo de Eduardo Campos.
Ele disse que esperou por uma definição por parte de Armando Monteiro, mas como
o mesmo não lhe deu nenhuma resposta, sua saída foi buscar apoio no governo do
estado.
O agregado - na manhã de ontem a imprensa local noticiou que Toinho foi
nomeado nesta terça-feira para o cargo de auxiliar técnico da Casa Civil pelo
vice-governador João Lyra Neto (PSB). O ex-prefeito deverá ficar na função até
abril de 2014 quando terá que se descompatibilizar para ser candidato a
deputado estadual pelo palanque governista
Tudo normal - sobre seu futuro político em Santa Cruz, ele afirmou que
não vê problema algum em continuar a ser Taboquinha e votar no candidato de Eduardo
Campos para governador do estado. "Deverei formar dupla com Zé Augusto em várias cidades do Polo", disse ele a Alberes Xavier na manhã de hoje.
E agora? - resta saber como Armando Monteiro Neto assimilará tudo
isso. Ontem em entrevista concedida após o pronunciamento de Fernando Aragão na
Câmara, Galego de Mourinha disse que Armandão não admitirá jogo duplo por parte
de ninguém. “Ou o político estará com Armando ou contra ele, isso é fato”,
sentenciou Galego.
A revolta - tristes e revoltados, assim estão os moradores de distritos de todo o país que viram ontem, o sonho das emancipações ser destruído pelas mãos da presidente Dilma Rousseff. Ela simplesmente vetou na íntegra o PLP-416, que pretendia devolver aos estados a criação de novas cidades.
Traidora - “Dilma é uma grande traíra, vetou um projeto elaborado pela Casa Civil, ou seja, pelo próprio governo dela. Estamos todos muito magoados e decepcionados com todas as mentiras ditas durante todo este tempo em que o PLP tramitou”, desabafou Alberes Xavier, líder comunitário e um dos principais nomes do movimento emancipacionista de Pernambuco.
O último cartucho - a esperança dos emancipacionistas a partir de agora é quanto a possibilidade de veto por parte do Congresso em relação a decisão de Dilma, hipótese considerada difícil por parte de alguns especialistas.
César Mello
