Cenário mobile: é preciso ‘redesenhar’ o
conteúdo
Se nós fizermos um rápido
percurso nas lojas de aplicativos dos nossos dispositivos móveis (tablets e
smartphones) percebemos o crescente número de publicações – que surgiram em
versão impressa primeiramente – e agora apostaram no conteúdo mobile como uma importante
frente de batalha. E algumas delas são os jornais e revistas, que vêm crescendo
nesse cenário e se adaptando às diversas telinhas de leitura, pois não se trata
apenas de transpor conteúdo para uma plataforma, mas redesenhá-lo e ficar
pronto para ser consumido em qualquer lugar e da forma que desejar.
Estamos em um processo de adaptação,
apesar das profecias de que o impresso vai acabar. Pesquisadores acreditam que
ainda não há dados consistentes para afirmar que todas as mídias vão migrar
para o digital, mas sim, existe uma evolução dos leitores com a digitalização
do conteúdo, pois há momentos em que nós queremos ler no papel, mantendo aquela
relação mais intimista de manuseá-lo, e outros vão preferir o tablet, e-reader
ou o smartphone.
Se analisarmos nossas atitudes
frente a esses dispositivos móveis, percebemos que mesclamos a busca de
informações em versões impressas e digitalizadas. Quando os jornais e revistas migraram
para internet na década de 1990, as empresas perceberam o quão agregadores de
audiência e, por conseguinte, de tráfego, de publicidade, de visibilidade para
seus conteúdos, eram os portais.
E com o uso cada vez mais comum dos
dispositivos móveis pelos usuários, a notícia atingiu um novo patamar de
instantaneidade, em que os leitores começaram a acessar informação em qualquer
lugar. Agora o desafio para nós, que produzimos conteúdo, é criar narrativas
pensadas especialmente para o mobile. É preciso entender que a lógica de leitura
como nós somos acostumados a trabalhar: começando pelo alto da página esquerda,
passando pelas colunas de texto até chegar ao final da página, não funciona em
plataformas móveis.
Hoje, nossa busca por informação é
muito mais livre, podendo uma reportagem ou notícia começar a partir de uma
foto, vídeo, infográfico, entrar no texto, depois ouvir um áudio, curtir ou
compartilhar nas redes sociais. Tudo isso junto possibilita uma nova forma de
contar uma narrativa, que seria impossível em um meio impresso, por exemplo.
Esse é o nosso desafio!
E você, prefere ler no papel ou no
seu smartphone e tablet?
Silvana Torquato Fernandes
Mestre em História (UFCG)
Trabalho, pesquiso e ensino sobre mídias digitais
Email para contato, sugestões
e dúvidas (silvanatorquato@gmail.com)


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