quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Cenário mobile: é preciso ‘redesenhar’ o conteúdo

Se nós fizermos um rápido percurso nas lojas de aplicativos dos nossos dispositivos móveis (tablets e smartphones) percebemos o crescente número de publicações – que surgiram em versão impressa primeiramente – e agora apostaram no conteúdo mobile como uma importante frente de batalha. E algumas delas são os jornais e revistas, que vêm crescendo nesse cenário e se adaptando às diversas telinhas de leitura, pois não se trata apenas de transpor conteúdo para uma plataforma, mas redesenhá-lo e ficar pronto para ser consumido em qualquer lugar e da forma que desejar.

Estamos em um processo de adaptação, apesar das profecias de que o impresso vai acabar. Pesquisadores acreditam que ainda não há dados consistentes para afirmar que todas as mídias vão migrar para o digital, mas sim, existe uma evolução dos leitores com a digitalização do conteúdo, pois há momentos em que nós queremos ler no papel, mantendo aquela relação mais intimista de manuseá-lo, e outros vão preferir o tablet, e-reader ou o smartphone.

Se analisarmos nossas atitudes frente a esses dispositivos móveis, percebemos que mesclamos a busca de informações em versões impressas e digitalizadas. Quando os jornais e revistas migraram para internet na década de 1990, as empresas perceberam o quão agregadores de audiência e, por conseguinte, de tráfego, de publicidade, de visibilidade para seus conteúdos, eram os portais.

E com o uso cada vez mais comum dos dispositivos móveis pelos usuários, a notícia atingiu um novo patamar de instantaneidade, em que os leitores começaram a acessar informação em qualquer lugar. Agora o desafio para nós, que produzimos conteúdo, é criar narrativas pensadas especialmente para o mobile. É preciso entender que a lógica de leitura como nós somos acostumados a trabalhar: começando pelo alto da página esquerda, passando pelas colunas de texto até chegar ao final da página, não funciona em plataformas móveis.

Hoje, nossa busca por informação é muito mais livre, podendo uma reportagem ou notícia começar a partir de uma foto, vídeo, infográfico, entrar no texto, depois ouvir um áudio, curtir ou compartilhar nas redes sociais. Tudo isso junto possibilita uma nova forma de contar uma narrativa, que seria impossível em um meio impresso, por exemplo. Esse é o nosso desafio!

 E você, prefere ler no papel ou no seu smartphone e tablet?
           
Silvana Torquato Fernandes

Jornalista e professora

Mestre em História (UFCG)

Trabalho, pesquiso e ensino sobre mídias digitais

Email para contato, sugestões e dúvidas (silvanatorquato@gmail.com)

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