quarta-feira, 25 de junho de 2014




Jornais impressos no tablet

Sempre gostei de estudar e pesquisar as versões dos jornais impressos para o tablet, mas, o que se vê, nessa atual fase do jornalismo digital, são edições com fortes características do início das publicações na internet, como a transposição de conteúdo, não explorando as possibilidades oferecidas pelo ambiente digital.

No Brasil, a utilização da internet por veículos jornalísticos resulta em iniciativas isoladas, inicialmente, para depois, adentrar de forma massiva na web. A ocupação do ciberespaço por publicações só aconteceu em maio de 1995, através da interface pouco interativa do Jornal do Brasil, que apresentava uma cópia quase que resumida do jornal impresso. Da mesma forma que foi o primeiro na Web, 15 anos depois, o JB se autodenominou “O primeiro jornal 100% digital do país” e anunciou o fim da edição impressa em setembro de 2010. 

Ainda em 1995, outros jornais de grande circulação, entre eles o Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de Minas, Zero Hora, Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste também perceberam o potencial da rede e passaram a disponibilizar edição completa na web.
            
A partir de então, o que se percebeu foi uma corrida das empresas jornalísticas para ocupar um espaço na Web. Com o desenvolvimento do jornalismo digital, novas mídias surgiram e também foram ocupadas pelos veículos de comunicação. A chegada da tecnologia 3G em 2007 – considerada internet de alta velocidade para aparelhos móveis; o surgimento de dispositivos como smartphones, e anos depois, a comercialização e aceitação dos tablets, entre eles o iPad, possibilitaram a ampliação do mercado jornalístico. Além das formas tradicionais de publicar conteúdo – impresso, radiofônico, televisivo e o online –, as empresas passaram a disponibilizar informação nos dispositivos móveis. 

E ao contrário do que se apregoaram ao longo dos anos, que uma nova mídia vai acabar com as antigas, nos remetemos ao que Roger Fidler, no livro “Mediamorphosis”, acreditou que o desenvolvimento dos meios se dá segundo o princípio de coevolução das mídias. Isso ocorre não de maneira espontânea e independente, mas sim mediante metamorfose das chamadas “velhas mídias”, que não morrem, apenas evoluem e adaptam-se às transformações. Hoje, os tablets não estão determinando o fim do jornal impresso, mas sim condicionando uma nova forma de se fazer jornal, abrindo outras possibilidades de circular as informações.

Mas, se não aproveitar as potencialidades desse dispositivo móvel, vamos ter apenas mais uma plataforma de leitura igual à edição do jornal impresso. E você o que acha?!

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