
Jornais impressos no tablet
Sempre
gostei de estudar e pesquisar as versões dos jornais impressos para o tablet,
mas, o que se vê, nessa atual fase do jornalismo digital, são edições com fortes características do início das publicações na
internet, como a transposição de conteúdo, não explorando as possibilidades oferecidas
pelo ambiente digital.
No Brasil, a utilização da internet
por veículos jornalísticos resulta em iniciativas isoladas, inicialmente, para
depois, adentrar de forma massiva na web. A ocupação do ciberespaço por
publicações só aconteceu em maio de 1995, através da interface pouco interativa
do Jornal do Brasil, que apresentava
uma cópia quase que resumida do jornal impresso. Da mesma forma que foi o
primeiro na Web, 15 anos depois, o JB se autodenominou “O primeiro jornal 100%
digital do país” e anunciou o fim da edição impressa em setembro de 2010.
Ainda
em 1995, outros jornais de grande circulação, entre eles o Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de Minas, Zero
Hora, Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste também perceberam o
potencial da rede e passaram a disponibilizar edição completa na web.
A partir de então, o que se percebeu
foi uma corrida das empresas jornalísticas para ocupar um espaço na Web. Com o
desenvolvimento do jornalismo digital, novas mídias surgiram e também foram
ocupadas pelos veículos de comunicação. A chegada da tecnologia 3G em 2007 –
considerada internet de alta velocidade para aparelhos móveis; o surgimento de
dispositivos como smartphones, e anos depois, a comercialização e aceitação dos
tablets, entre eles o iPad, possibilitaram a ampliação do mercado jornalístico.
Além das formas tradicionais de publicar conteúdo – impresso, radiofônico,
televisivo e o online –, as empresas passaram a disponibilizar informação nos
dispositivos móveis.
E ao contrário do que se apregoaram
ao longo dos anos, que uma nova mídia vai acabar com as antigas, nos remetemos
ao que Roger Fidler, no livro “Mediamorphosis”, acreditou que o desenvolvimento
dos meios se dá segundo o princípio de coevolução das mídias. Isso ocorre não
de maneira espontânea e independente, mas sim mediante metamorfose das chamadas
“velhas mídias”, que não morrem, apenas evoluem e adaptam-se às transformações.
Hoje, os tablets não estão
determinando o fim do jornal impresso, mas sim condicionando uma nova forma de
se fazer jornal, abrindo outras possibilidades de circular as informações.
Mas, se não
aproveitar as potencialidades desse dispositivo móvel, vamos ter apenas mais
uma plataforma de leitura igual à edição do jornal impresso. E você o que
acha?!

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