quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014


Humanização do texto jornalístico
Vocês já leram um texto jornalístico e por questões de segundo aquele personagem presente na reportagem lhe prendeu a atenção? Mas esse personagem que ajudou a atrair nossos olhares para aquela história é alguém que não conhecemos, nunca ouvimos falar e que, até então, viviam à margem da narrativa jornalística? Se a resposta foi sim, é porque alguns profissionais estão dando vez e voz à história dos invisíveis. E porque não ter o ser humano como ponto de partida e de chegada do fazer jornalístico também na internet?!

Isso porque, com o surgimento dos dispositivos móveis, passamos a ter a necessidade de notícias instantâneas para serem acessadas em qualquer lugar. E isso gerou toda uma consequência para o texto jornalístico na internet: notícias curtas, trazendo, em muitos casos, aqueles gélidos números.
 
E porque não produzir textos diferenciados, até para serem lidos de forma rápida e em qualquer lugar que estejamos com nosso smartphone? Uma linguagem que usufrui dos recursos da literatura e a busca sempre de um olhar, uma perspectiva e um ponto de partida diferenciado, ajudam a deixar o texto mais leve e mais atrativo para que possamos nos envolver enquanto leitores de notícias.  
Então, ao invés de você começar um texto seguindo as regrinhas básicas do lead e respondendo às questões: quem, o que, quando, onde e por quê, se envolva com a situação e descreva o ambiente, os olhares e a emoção dos personagens, para que assim, seu leitor vivencie e sinta também todos esses detalhes presentes na reportagem.
 
E mesmo a internet exigindo rapidez e instantaneidade, porque não apostar também na história dos invisíveis e deixar a reportagem, seja ela em site, portal, blog e até nas redes sociais, com um caráter mais humano?!
 
Eu sei, mais do que ninguém, já que vivenciei essa realidade de correria em redação jornalística, que a falta de tempo e de infraestrutura atrapalham na construção de textos mais humanizados, mas isso não impede que você consiga trazer à tona essas narrativas.
 
Foi assim que fiz com uma reportagem sobre o projeto “Uma nota solidária” desenvolvido pela Polícia Militar, em Campina Grande. Com um tempo de três horas consegui vivenciar e descrever toda a emoção que aqueles meninos e meninas carentes estavam sentindo naquele momento ao sair da escola onde estudam, passear pela cidade e chegar no Batalhão da PM para assistirem as aulas de música.
 
Claro que complementei a reportagem com dados, que foram colhidos por telefone no outro dia. Mas o que quero passar para vocês é que, com boa vontade e um pouco de sensibilidade é possível sim escrever narrativas humanizadas tanto para jornais impressos, televisão, rádio e para internet sim. Com esse material conquistei o 3° lugar no Prêmio Criança.PB de Jornalismo.
 
E vocês acham o que?!    
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