Câmara
aprova redução do salário de Professores de Juazeiro do Norte
A Câmara Municipal de
Juazeiro do Norte, situada na região do Cariri do Ceará a quase 600 quilômetros
de Fortaleza, aprovou na última quinta-feira (6), proposta enviada pelo
prefeito Raimundo Macedo (PMDB) que reduz em até 40% o salário dos professores
da rede pública do Municipal.
A votação ocorreu sob
protestos da categoria e acabou com conflito entre vereadores, educadores e
Polícia Militar que fez uso de cassetetes e spray de pimenta. Apesar de toda
mobilização dos professores e da população revoltada com a proposta, o projeto
foi aprovado com 12 votos favoráveis, quatro contrários e três abstenções. Além da redução dos
proventos pelo corte de gratificações de insalubridade, o projeto ainda
aumentou a carga horária e retirou direitos da categoria, como benefícios para
educadores próximos da aposentadoria ou que ficarem doentes no exercício da
profissão.
O clima durante a votação
foi tenso com bate boca entre vereadores da situação e da oposição. A situação
se agravou quando manifestantes invadiram o plenário da Casa, sendo contidos
pela Polícia e Guarda Municipal. O projeto foi aprovado sob vaias dos
professores.
O líder do governo na
Câmara, Nivaldo Cabral (DEM), defendeu o projeto destacando a necessidade de
reduzir a folha da Prefeitura, que estaria “inviável”. Ele também ressaltou que
os professores de Juazeiro tem salários acima do piso pago no Estado.
Os professores, por sua vez,
acusam a gestão municipal de manter um número elevado de cargos comissionados.
Atualmente, o piso estabelecido pelo Ministério da Educação para o magistério é
de R$ 1,5 mil. Somando gratificações, professores de Juazeiro recebem cerca de
R$ 2,2 mil. Com os descontos, educadores poderão perder até R$ 600.
Coincidentemente, o prefeito
da cidade, autor do projeto, não estava na cidade no dia da votação. Segundo
funcionários da prefeitura, Raimundo Macedo se encontra em viagem ao exterior. Os vereadores em questão são
os mesmo que recentemente aprovaram três meses de recesso por ano, apesar do
Ministério Público ter recomendado à Câmara dos Vereadores de Juazeiro a
redução das férias.
COM INFORMAÇÕES DO JORNAL O
POVO